Brasília – O deputado João Paulo Cunha (PT-SP) almoçou nessa segunda-feira com cerca de 30 militantes acampados no estacionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) em protesto contra a condenação de petistas no esquema do mensalão. Durante a refeição, ele agradeceu o apoio e disse que, embora "alguns queiram", a única coisa que ele não vai faze
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Barbosa diz que mandado de prisão de João Paulo não sairá nesta segundaJoão Paulo Cunha almoça em tenda montada em frente ao STFDeputado João Paulo Cunha está a um passo da cadeiaJoão Paulo Cunha reclama de Barbosa em carta abertaCunha se entrega à PF e diz que vai enfrentar processo de cassaçãoJoão Paulo Cunha se entrega à Polícia Federal em BrasíliaJoaquim Barbosa determina prisão de João Paulo CunhaPrisão de João Paulo Cunha deve ser decretada hojeLeia Mais
Barbosa diz que mandado de prisão de João Paulo não sairá nesta segundaJoão Paulo Cunha almoça em tenda montada em frente ao STFDeputado João Paulo Cunha está a um passo da cadeiaJoão Paulo Cunha reclama de Barbosa em carta abertaCunha se entrega à PF e diz que vai enfrentar processo de cassaçãoJoão Paulo Cunha se entrega à Polícia Federal em BrasíliaJoaquim Barbosa determina prisão de João Paulo CunhaPrisão de João Paulo Cunha deve ser decretada hojeNa conversa com os militantes e após o almoço, falando a jornalistas, João Paulo disse que um dia história mostrará que o mensalão foi uma farsa. Ele se considera inocente e afirmou que apresentará um recurso conhecido como revisão criminal como última apelação ao STF e, caso não tenha sucesso, vai recorrer a organismos internacionais.
Questionado se aparecer no acampamento do STF no dia de abertura do ano Judiciário seria uma provocação, o deputado respondeu que não. "Os ministros e o próprio Supremo sabem que eu não sou de provocar ninguém, de agredir ninguém (...). Não quero que ninguém tenha como provocação ou qualquer atentado." Em relação à renúncia a seu mandato, João Paulo voltou a dar sinais de que não abrirá mão de sua vaga na Câmara. Segundo o parlamentar, não se deve perguntar se ele renunciará ou não, mas sim questionar se é "justo uma pessoa que não cometeu nenhum crime deixar de exercer o seu ofício".
Por fim, o deputado disse que pretende estudar e tentar trabalhar enquanto estiver na prisão em regime semiaberto. "Tirando a injustiça que é feita, evidente que tudo que é direito nosso, por exemplo, trabalhar, estudar, tudo isso vamos requerer."
Perguntado durante a cerimônia de abertura do ano legislativo no Congresso Nacional sobre a expedição do mandado de prisão contra João Paulo, o ministro Joaquim Barbosa afirmou apenas que o documento não sairia ontem. Ele não esclareceu o motivo e também não respondeu se o pedido de prisão seria feito nesta semana.
A declaração foi dada quando Barbosa deixou a cerimônia de reabertura dos trabalhos do Congresso para ir ao banheiro. No caminho, ele disse que está mais otimista para o ano. O Judiciário também retomou suas atividades na manhã dessa segunda-feira.
Durante a cerimônia, Barbosa sentou-se ao lado do presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), um dos mais críticos ao julgamento do mensalão. O líder do PT, José Guimarães (CE), irmão do ex-deputado José Genoino (PT-SP), outro condenado no mensalão, também circulou pela Mesa Diretora.
No mês passado, o presidente do STF chegou a criticar os colegas que assumiram o comando da Corte durante suas férias por terem dado "um mês a mais de liberdade" a João Paulo. O tom de Barbosa foi de crítica aos ministros Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski, que assumiram a presidência interinamente em janeiro e não assinaram o mandado de prisão.
Os recursos apresentados pela defesa do deputado foram rejeitados por Barbosa em 6 de janeiro, horas antes do magistrado deixar o Brasil em férias. Barbosa alega que não teve tempo hábil para assinar o mandado porque a decisão ainda não havia sido comunicada à Câmara de Deputados nem ao juiz de execuções penais.
O deputado foi condenado pelo STF no processo do mensalão a nove anos e quatro meses por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato. Ele deve começar a cumprir a pena em regime semiaberto. Neste ano, o julgamento do recurso derradeiro pelo tribunal, os embargos infringentes, pode resultar em diminuição da pena do petista.
MANIFESTAÇÃO O acampamento de manifestantes pró-petistas condenados na Ação Penal 470 foi montado em frente à penitenciária da Papuda, em Brasília, em 15 de novembro, quando os primeiros condenados do mensalão foram presos. No grupo, estavam o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o ex-deputado José Genoino (PT-SP). Depois, os manifestantes se transferiram para a frente do STF. Agora, estão no estacionamento da Câmara, que é próximo do tribunal.