O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira, 4, acabar com o sigilo das informações existentes no inquérito que apura um suposto cartel de trens em São Paulo. Em despacho, ele afirma que foi indevida a tramitação do inquérito sob segredo de justiça. "As peças existentes nos autos são acessíveis de forma geral". Segundo ele, apenas os dados sigilosos devem permanecer "envelopados e lacrados" com acesso restrito, numa referência a dados assegurados pelo sigilo bancário e fiscal.
Marco Aurélio determinou ainda o desmembramento do inquérito para que permaneça no STF a investigação apenas em relação a autoridades que têm direito ao foro privilegiado. Ele determinou a remessa de uma cópia integral do inquérito à 6ª Vara Federal de São Paulo. Depois de tomadas essas providências, o ministro do STF quer que o inquérito seja remetido à Procuradoria Geral da República para que a mesma se manifeste sobre o prosseguimento das investigações relacionadas ao deputado Arnaldo Jardim, e aos deputados licenciados Edson Aparecido, José Aníbal e Rodrigo Garcia. Em relação aos três últimos, esclarece o ministro, mesmo licenciados do mandato parlamentar, por exercerem cargo público, eles continuam com direito ao foro privilegiado para serem investigados e julgados pelo STF.