A verba indenizatória nos moldes adotados atualmente pela Câmara Municipal de Belo Horizonte não existe em algumas capitais e grandes cidades do país. Em outras, no entanto, está prestes a ser criada, caso de Curitiba, no Paraná, onde deve ser batizada de cota de ressarcimento. Nomeada e paga de diferentes formas em cada cidade, a verba é usada para reembolsar os gastos dos vereadores com as despesas do gabinete e com a manutenção do mandato. Vira e mexe o uso do recurso é alvo de denúncias de irregularidades Brasil afora.
Leia Mais
Vereadores de BH concordam com licitação para gastos da verba indenizatóriaBate-boca entre vereadores de BH adia fim da verba indenizatóriaLéo Burguês frustra expectativas e não anuncia fim da verba indenizatória para vereadores de BHCâmara de BH terá que mudar critérios para vereadores usarem verba indenizatóriaTrabalhos legislativos da Câmara devem se concentrar este ano nas comissõesFalta de quórum impede reunião para rever pagamento de verba indenizatóriaVereadores de BH não se entendem sobre fim da verba indenizatóriaEm São Paulo, o limite é R$ 217.912,56 por ano para vereador custear despesas como serviços gráficos, correios, assinatura de jornais, deslocamentos e materiais de escritório. O valor médio por mês é de R$ 18.159,38, mas os vereadores da maior cidade do país podem usar o valor que bem entenderem ao mês, desde que não ultrapasse o limite anual. Em Porto Alegre, a verba é chamada de cota básica mensal de gabinete, atualmente orçada em R$ 14,9 mil mensais e pode ser usada para custear xerox, combustível, impressão e material de escritório. As bancadas também têm uma verba para custeio de despesas, cujo valor varia de acordo com o número de parlamentares e cujo valor para cada parlamentar é de R$ 397.
Em Manaus, o benefício, chamado de cota para o exercício de atividade parlamentar, é de R$ 14 mil para cada vereador. O valor não é cumulativo e pode ser gasto com transporte, combustível, aluguel de carro, consultoria e refeição. Além das notas fiscais, recibos e contratos, os vereadores assinam uma declaração em que afirmam que os gastos comprovados são reais, assim como a documentação apresentada. Entre as capitais consultadas, o menor valor é pago aos vereadores do Recife: R$ 4,6 mil ao mês
Na capital paranaense, cada parlamentar tem à disposição um veículo com motor 1.6, locado mediante contrato com uma empresa licitada pela Câmara e 200 litros mensais de combustível. Além disso, cada um recebe mensalmente 3 mil selos, R$ 110 em material de expediente e pode fazer até 4 mil fotocópias no equipamento da Casa. De acordo com o vereador Ailton Araújo (PSC), primeiro-secretário da Câmara Municipal de Curitiba, não será criada despesa extra. “Vamos apenas racionalizar os gastos do Legislativo e democratizar a gestão financeira dos recursos. São verbas indenizatórias e não remuneratórias”, afirma. Segundo eles, alguns vereadores argumentam que sobram selos e que alguns precisam pagar algumas despesas com o salário.
No Rio de Janeiro também não há verba indenizatória. Os parlamentares podem usar o limite de 1 mil litros de combustível e 4 mil selos postais por mês, além de dois salários a mais por ano, considerados auxílio-paletó. Em Campinas , no interior de São Paulo, o benefício também não existe. Todas as despesas são pagas diretamente pela Câmara, que mantém contrato com um posto de gasolina onde os veículos dos parlamentares são abastecidos. Xerox e outros serviços são fornecidos pelo próprio Legislativo. Os vereadores têm ainda uma cota de R$ 45 mil mensais para contratar no mínimo seis servidores e no máximo 15. Em Goiânia, os vereadores têm direito apenas a uma cota de 400 litros mensais de combustível e uma ajuda de custo para a conta de telefone celular. Não existe verba indenizatória.
EM MINAS As câmaras municipais das maiores cidades mineiras também pagam a verba indenizatória. Belo Horizonte tem o maior valor: R$ 15 mil. Os parlamentares de Uberlândia, Triângulo Mineiro, recebem R$ 10 mil, mesmo valor de Contagem, na região metropolitana, que chegou a pagar R$ 15 mil, mas reduziu o montante. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, os vereadores recebem R$ 8 mil e em Betim, também na Grande BH, R$ 3 mil.
Em Uberlândia, desde outubro de 2012, a verba indenizatória usada para custear despesas da atividade parlamentar com combustível, material de escritório, xerox, entre outros gastos, não pode mais ser acumulada. O vereador que não usar os R$ 10 mil mensais não tem direito a reembolso posterior. O valor não gasto volta para o caixa da Câmara e é devolvido à prefeitura ou aplicado em ações, como reformas estruturais ou contratação de serviços.