Brasília, 05 - Ao deixar para a próxima quarta-feira, 12, a decisão sobre a abertura do processo de cassação contra o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), a direção da Câmara dos Deputados deu mais uma semana para que o petista seja convencido a seguir a decisão dos demais condenados do mensalão que foram presos e apresente sua carta de renúncia. Embora Cunha tenha deixado claro em carta divulgada nesta terça-feira, 4, que não pretende renunciar, a cúpula da Câmara acredita que os petistas conseguirão persuadi-lo e evitar o desgaste da cassação em pleno ano eleitoral.
O temor dos deputados é que Cunha mantenha o mandato e tente trabalhar como deputado, já que ele cumpre pena no regime semiaberto e poderia exercer uma atividade profissional durante o dia. O assunto será o tema da reunião da Mesa Diretora na próxima semana.
Além de definir o destino de Cunha, a Câmara levará ao plenário na quarta-feira o segundo pedido de cassação do deputado Natan Donadon (sem partido-RO), desta vez por quebra do decoro parlamentar. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) rejeitou um recurso da defesa do deputado contra o parecer do Conselho de Ética, que em novembro passado aprovou o pedido de cassação protocolado pelo PSB. Agora, Donadon será submetido ao julgamento dos colegas em votação aberta.
No novo processo de cassação, Donadon é acusado de denegrir a imagem do Parlamento, de ter usado algemas ao comparecer na Câmara em agosto e de ter votado na primeira sessão que o livrou da perda do mandato, o que não era permitido. Donadon foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a mais de 13 anos de prisão, por peculato e formação de quadrilha. Ele cumpre pena no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal.