O promotor de Justiça André Luiz Garcia afirmou na tarde desta quarta-feira, que as informações contidas nos objetos apreendidos na última sexta-feira (31) asseguraram as hipóteses já levantadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em relação ao caso Novojornal. “Em uma análise preliminar, a documentação apreendida confirmou nossas suspeitas sobre a atuação da quadrilha com lavagem de dinheiro e com sonegação fiscal”, afirmou.
As informações foram reveladas nesta tarde, em coletiva de imprensa na sede do MPMG, que contou com a participação do promotor e também do delegado César Matoso, da 2ª Delegacia de Combate aos Crimes Cibernéticos, ambos responsáveis pelo caso.
Para Garcia, além do jornal funcionar como uma fachada para as práticas de delitos contra a honra, a descoberta de que a empresa movimentava cerca de R$ 1 milhão por ano, não declarados, leva a crer que o Novojornal "maquiava" a origem do dinheiro. “Apuramos que quase todos os pagamentos efetuados pelo jornal eram realizados em dinheiro vivo, o que sugere uma possível ocultação da origem. Queremos descobrir de onde vem o dinheiro que patrocina o veículo”, acrescentou.
Lista de Furnas
No último dia 31, quatro mandados de busca e apreensão foram emitidos. Ao todo, 15 CPU's de computador e 20 caixas de documentos, espalhadas na sede do jornal e na casa de outras três pessoas que mantinham relações com a empresa, foram confiscados. Entre as residências vasculhadas, estava a de Andrea Monteiro, esposa de Nilton Monteiro, lobista acusado de falsificação de documentos. Monteiro está preso desde 2011 na Penitenciária Nelson Hungria e é apontado, pelo MPMG, como responsável por falsficar a chamada Lista de Furnas, que contém nomes de políticos que teriam recebido recursos da empresa para a campanha eleitoral de 2002.
Com a análise dos objetos apreendidos, o MPMG e a Polícia Civil esperam agora avançar nas investigações criminais e descobrir quem era o "braço financeiro" da empresa, que consistia em fraudar documentos para realizar cobranças indevidas e obter vantagens financeiras. Além disso, também segundo as investigações, os documentos forjados eram utilizados para provocar danos à imagem de autoridades e de pessoas públicas que, porventura, atrapalhassem os objetivos da quadrilha.
Desde o dia 20 de janeiro, Marcos Carone, dono do Novojornal está preso e há uma determinação da Justiça para que o site, hospedado em um servidor nos Estados Unidos, seja retirado do ar. Segundo o delegado César Matoso, todas as pessoas que puderem ter envolvimento com a quadrilha serão investigadas.
Com informações de Daniel Camargos