Jornal Estado de Minas

Câmara de BH cria comissão para discutir uso de verba indenizatória

Grupo de vereadores vai discutir alterações no modelo de controle de gastos públicos nos gabinetes

Rafael Passos
O presidente da Câmara Municipal de BH, vereador Léo Burguês, comandou reunião que discutiu mudanças na verba indenizatória - Foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press
A Câmara Municipal de Belo Horizonte decidiu nesta quinta-feira formar uma comissão que irá estudar um novo modelo de gastos da verba indenizatória. Segundo o presidente da Casa, Léo Burguês (PTdoB), que comandou a reunião, os parlamentares entendem que a verba é legal, mas, é preciso haver mais transparência no uso do dinheiro público.
Anunciado na segunda-feira por Léo Burguês, o projeto que previa o fim da verba indenizatória provocou críticas e gerou polêmica entre os 40 vereadores. Um dos pontos mais conflitantes do texto diz respeito à extinção do escritório parlamentar. Os vereadores têm direito a alugar um imóvel em suas bases eleitorais e mantê-los às custas da Câmara. Burguês entende ser difícil fazer licitação para a locação dos espaços.

Os parlamentares professor Wendel (PSB), Silvinho Rezende (PT) e Wellington Magalhães (PTN) estão entre os integrantes da comissão. Outros nomes serão definidos ainda nesta quinta-feira. Por enquanto, não há prazo para a nova proposta ser protocolada na Casa. Com clima tenso, o encontro na Câmara se estendeu por quase duas horas e contou com mais de 30 parlamentares.

Gastança

Em 2013, os parlamentares consumiram R$ 5,8 milhões da verba indenizatória. Os gastos podem chegar a R$ 7,3 milhões por ano para os cofres da Câmara. Dezenove itens podem ser ressarcidos, entre eles gasolina, aluguel de carro, alimentação e telefone. Para serem ressarcidos, os parlamentares têm de apresentar nota fiscal dos gastos, mas elas não são fiscalizadas. Os dois principais gastos, que consomem 52% da verba, 26% cada um, são transporte e divulgação de atividade parlamentar. Atualmente, cada vereador tem direito a gastar até R$ 15 mil mensais para custear seu mandato.

Com informações de Alice Maciel, do jornal Estado de Minas