Além de juntar todos os documentos sobre a acusação, o processo e o julgamento, terá de ser providenciada a tradução juramentada dos documentos. Ocorrido no Supremo Tribunal Federal (STF), o julgamento do mensalão demorou meses, batendo todos os recordes de duração.
Após concluir o trabalho, a Procuradoria encaminhará o pedido ao STF. De acordo com o Manual de Extradição do Ministério da Justiça, o Judiciário enviará a documentação para o Departamento de Estrangeiros, da Secretaria Nacional de Justiça, que analisará a admissibilidade do pedido. Se for admitido, o pedido será remetido ao Ministério das Relações Exteriores para que seja formalizado às autoridades italianas.
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Polícia admite possibilidade de extradição de PizzolatoHenrique Pizzolato pode pegar três anos de prisão por falsidade ideológicaNa abordagem, Pizzolato insistiu na identidade falsaPF investiga participação de mulher de Pizzolato em fuga Pena italiana para Pizzolato é mais branda que a brasileiraAdvogado de Pizzolato vai pedir prisão domiciliar e bracelete eletrônicoApós Pizzolato, Mello vê 'falha' em cadastramento do TSENum caso semelhante ocorrido no ano 2000, o governo italiano rejeitou a extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, que também tinha cidadania italiana. Ele somente foi enviado para o Brasil porque viajou para Mônaco, onde foi preso.
Outro fator que poderá dificultar a concessão da extradição de Pizzolato é o episódio Cesare Battisti. No último dia de seu governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recusou-se a extraditar para a Itália o ex-integrante do movimento Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) Cesare Battisti.
O caso de Pizzolato também é muito complicado. No próprio STF, ministros divergem sobre o desfecho de um provável pedido de extradição. O decano da Corte, Celso de Mello, afirmou na quarta-feira que a medida poderá ser inócua. "Como ele ostenta a nacionalidade italiana e a Constituição italiana veda a extradição de seus próprios nacionais, na verdade, é juridicamente inviável qualquer pedido de extradição", afirmou.
Mas, para o ministro Marco Aurélio Mello, há chances de Pizzolato ser extraditado para o Brasil. Segundo Marco Aurélio, a Constituição italiana admite a entrega de um nacional. "O que ocorre é que a Constituição italiana, ao contrário da brasileira, abre a oportunidade da extradição do nacional desde que se tenha tratado versando essa extradição. E há um tratado Brasil-Itália que viabiliza a entrega do nacional. Mas quando haja concordância do governo requerido", afirmou.
De acordo com o ministro, o tratado assinado pelo Brasil e pela Itália diz que os Estados não estão obrigados a entregar nacionais. Ou seja, a entrega seria facultativa. Diante disso, Marco Aurélio afirmou que a definição será política. Ele observou que outra saída seria a execução da pena na Itália. "De início, há possibilidade de cumprir a pena na Itália", disse. "Seria a execução no título (decisão) na Itália."