O advogado Lorenzo Bergami, que representa o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil na Itália, disse nessa quinta-feira que deverá pedir para que o cliente possa responder ao processo de extradição em prisão domiciliar, usando bracelete eletrônico. O pedido será feito hoje durante uma audiência marcada para as 11h sobre o caso na Corte de Apelações de Bolonha. Se o pedido de prisão domiciliar for aceito, Pizzolato deve ficar na casa de seu sobrinho em Maranello, onde foi preso. Diferentemente do Brasil, na lei italiana não existe liberdade provisória.
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Pena italiana para Pizzolato é mais branda que a brasileiraTSE pede que Procuradoria-Geral apure caso PizzolatoPizzolato vai pedir para aguardar processo em liberdadeApós Pizzolato, Mello vê 'falha' em cadastramento do TSEBrasil tem até março para pedir extradição de PizzolatoJustiça italiana nega liberdade pedida por PizzolatoComeça prazo para Brasil pedir extradição de PizzolatoEm Maranello, na Itália, Pizzolato mantinha rotina discretaPoliciais cortaram luz para capturar ex-diretor do BB Henrique PizzolatoPolícia italiana admite chance de extraditar PizzolatoNessa quinta-feira, pela primeira vez uma autoridade italiana admitiu que existem brechas para extraditar Henrique Pizzolato para o Brasil, apesar de ele ter dupla cidadania. “Existe um tratado bilateral com o Brasil que permite que se extradite o cidadão com dupla nacionalidade. Ele é um cidadão preso provisoriamente para fins de extradição”, disse o diretor da divisão de cooperação internacional da polícia italiana, Francesco Fallica.
O Brasil tem 40 dias para enviar os documentos com o pedido de extradição. Segundo Fallica, o caso passará à esfera judicial, que vai decidir o mérito do pedido brasileiro e, em caso positivo, a decisão final caberá ao Ministério da Justiça italiano. A ação correrá na Corte de Apelação de Bolonha, que tem jurisdição sobre Modena, onde Pizzolato está preso. Pizzolato prestou seu primeiro depoimento à polícia logo após a detenção no quartel dos carabinieri (polícia italiana) em Modena.
Extradição O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que o governo pedirá à Itália a extradição do condenado. No entanto, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) avaliam que a medida é “inócua”. Para Celso de Mello, o pedido é “juridicamente inviável”, já que Pizzolato possui cidadania italiana e as leis locais proíbem a extradição de seus cidadãos. Já a Procuradoria-Geral da República pensa como Francesco Fallica e considera que existem brechas legais.
Conexões nas redes sociais
As conexões de Henrique Pizzolato com o sobrinho Fernando Grando, dono do apartamento em Maranello, na Itália, onde o ex-banqueiro foi preso, eram evidentes nas redes sociais. Grando, que trabalha na Ferrari, tem o perfil no Facebook aberto a desconhecidos e é amigo na rede social da mulher do tio, Andréa Haas. Uma pesquisa na página do sobrinho mostra a relação dos dois na internet e poderia servir como pista para a Polícia Federal chegar até o foragido da Justiça. Vizinhos do apartamento disseram à imprensa que já viam Pizzolato circulando pelo local há três meses. Mas também há versões de que ele estaria no apartamento há menos de 10 dias. O perfil da mulher de Pizzolato na rede social, reservado somente para conhecidos, é usado, principalmente, para criticar o julgamento feito pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. A foto principal da página dela é “STF errou”.