Até o final de fevereiro, a aliança PSB/Rede espera concluir as articulações para fechar os palanques locais. A tarefa coordenada pelo governador Eduardo Campos, virtual candidato a presidente da República, e a ex-senadora Marina Silva (PSB/AC), possível candidata a vice na chapa do socialista, começa a ganhar contornos finais em algumas regiões, mas a consolidação da parceria PSB/Rede ainda depende de entendimentos em estados importantes, a exemplo de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que concentram o maior eleitorado do país.
Na manhã de hoje, Marina Silva desembarca no Recife. A informação oficial é de que a ex-senadora, dessa vez, não irá cumprir agenda política. “A vinda dela é para atender um convite da Igreja Anglicana, que irá realizar um seminário internacional”, afirmou Pedro Ivo, coordenador nacional de organização da Rede.
Segundo ele, o encontro de Marina com Eduardo Campos será na casa dele, em Dois Irmãos, mas não para discutir política. “Ela vai até lá para conhecer Miguel (o filho mais novo do governador, nascido no dia 28 deste mês)”. Marina, no entanto, terá tempo para articular as alianças estaduais. A líder da Rede irá almoçar na residência do socialista.
Na última terça-feira, em Brasília, após a apresentação das diretrizes do programa de governo, os dois líderes políticos afirmaram que a aliança PSB/Rede bateu o martelo em quase todos os estados do Centro-Oeste. A maior dificuldade estaria na região Sudeste, principalmente em São Paulo e Minas Gerais, em razão das divergências da Rede com o PSDB.
Apesar das desavenças, o secretário-geral do PSB nacional, Carlos Siqueira, afirmou que o debate nos estados está acontecendo “naturalmente”. “O carro-chefe do nosso projeto é a candidatura de Eduardo a presidente, e os estados vão acompanhar o processo”, pontuou. Já Pedro Ivo apontou alguns impasses que ainda precisam ser resolvidos, mas assegurou que não existe briga com o PSB. “Em alguns estados estamos em processo de discussão. Estamos unidos no projeto nacional”, assegurou.
Depois de receber Marina Silva, Eduardo Campos promoverá um debate no Twitter para discutir com os internautas as diretrizes programáticas do PSB/Rede e o atual cenário político do país. Às 19h, a executiva estadual do PSB irá se reunir para formatar um documento, com base no programa de governo PSB/Rede, que irá nortear o debate da sucessão em Pernambuco.
Estados onde o martelo teria sido batido
Bahia
Lídece da Mata (PSB) - governo
Eliana Calmon (PSB) - senado
Alagoas
Alexandre Toledo (PSB) - governo
Rio Grande do Norte
Wilma de Farias (PSB) - governo
Ceará
Nicole Barbosa (PSB) - governo
Geovana Cartaxo (PSB/Rede) - Senado
Tocantins
Mário Lúcio Alencar (PSB) - governo
Goiás
Vanderlan (PSB) - governo
Mato Grosso
Pedro Taques (PDT) - governo
Mato Grosso do Sul
Murilo Zauite (PSB), no caso do PSB/Rede não se aliar ao PMDB
Indefinições
Rio de Janeiro
O PSB e a Rede defendem candidatura própria. O nome mais cotado entre os socialistas é do deputado federal Miro Teixeira (Pros/RJ)
São Paulo
Parte do PSB e da Rede defende candidatura própria. Outra parcela se mostra a favor do apoio à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB)
Minas Gerais
A Rede defende candidatura própria. O PSB, aliado do PSDB no estado, afirma que ainda não abriu a discussão com os marineiros
Piauí
Aguardam a definição do governador Wilson Martins (PSB) se irá candidatar-se ao Senado e qual nome ele indicará à sua sucessão
Amazonas
A decisão é de ter candidato próprio, mas ainda não existe nome definido