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Em estado de greve, agentes da PF fazem 'algemaço' em SPAgentes da PF reivindicam melhores condições de trabalho“Essa crise da segurança pública não é nossa, é do governo e vamos endurecer nossas ações contra o governador , por ele não ter cumprido suas promessas de campanha”, disse João de Deus, mencionando, entre 13 promessas “ainda não cumpridas”, a reestruturação da carreira dos policiais militares e de bombeiros, a instituição de um novo Código de Conduta e Ética discutido com a categoria e mais recursos para o programa habitacional destinado aos militares.
“Não vamos aceitar esmolas. Lamentamos que o governo tenha judicializado o assunto, mas vamos endurecer nossas ações, fixando faixas, cartazes, outdoors e distribuindo panfletos à população para explicar nossas razões e o porquê de a capital do país ter se tornado um lugar perigoso. Enquanto o governador não nos chamar e definir um cronograma para cumprir suas promessas de campanha vamos ficar nesse impasse”, acrescentou João de Deus.
A operação tartaruga havia sido iniciada em outubro de 2013, para pressionar o governo a atender às reivindicações de bombeiros e policiais militares. Cartazes já espalhados pela cidade informam que os protestos só serão encerrados quando o governo negociar com a categoria. Em nota divulgada em seu site, a Aspra-DF explica que a eventual operação padrão associada aos moldes das anteriormente deflagradas por policiais federais em aeroportos chegou a ser mencionada após a associação ter sido notificada da determinação da Justiça. “Apenas para não ficar no vazio a nomenclatura de nossa luta”, disse. E acrescentou: “Como policiais e bombeiros não aceitaram a ideia a Aspra acata o que decidir os militares”.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do DF, do dia 1º até a manhã do dia 30 de janeiro, foram registrados 68 homicídios, 20 a mais que no mesmo mês dos dois últimos anos. O resultado, equivalente a mais de duas mortes violentas por dia, e o fato de vários homicídios terem ocorrido em áreas nobres da capital, repercutiram na imprensa. Em consequência, a Câmara dos Deputados e a Câmara Legislativa do Distrito Federal promoverem, nos últimos dias, audiências públicas para debater as questões: nos dois casos, a discussão acabou prejudicada por disputas eleitorais.
Também em nota, a secretaria garante que, ao contrário de algumas pesquisas sobre segurança pública, recente estudo da organização não governamental mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal informa que, proporcionalmente, os números da violência no Distrito Federal estão bem abaixo dos de outras capitais brasileiras, sobretudo das 16 que, no estudo, aparecem entre as 50 mais violentas do mundo.
De acordo com a secretaria, as duas cidades brasileiras que aparecem no topo do levantamento são Maceió (AL) e Fortaleza (CE), que contabilizaram, respectivamente, 79,8 e 72,8 homicídios por cada grupo de 100 mil habitantes. O Distrito Federal fechou 2013 com uma taxa de 25 mortes por grupo de 100 mil moradores - o que, em números absolutos, significa um total de 695 homicídios, número que a secretaria aponta ser bem inferior aos registrados por Aracaju (SE). A capital sergipana, com 33,4 mortes por grupo de 100 mil habitantes, ficou com a 16ª posição entre as cidades brasileiras mais violentas apontadas pela ONG mexicana.