Rio, 10 - O senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, defendeu nesta segunda-feira, 10, o ex-governador e deputado tucano Eduardo Azeredo, que será julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro, no chamado "mensalão mineiro".
"O senador é conhecido e reconhecido em Minas Gerais como um homem de bem. Ele vai ser julgado e nós, do PSDB, vamos respeitar a decisão do Supremo Tribunal Federal. Mas obviamente vamos esperar que ele possa se defender", disse Aécio, durante visita à ONG AfroReggae, no Rio.
Na sexta-feira, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF as alegações finais do processo, sugerindo a condenação de Azeredo a 22 anos de prisão. Ele teria desviado recursos do Banco do Estado de Minas Gerais e de empresas públicas para sua campanha ao governo, em 1998. Em valores atuais, seriam cerca de R$ 9 milhões.
Apesar de dizer que não estava no AfroReggae em campanha, Aécio falou todo o tempo como candidato da oposição. Fez muitas críticas ao governo Dilma Rousseff e disse que segurança pública será sua prioridade, caso eleito.
"A omissão do governo federal é quase que criminosa: 87% do que se gasta com segurança é dos Estados e municípios, e só 13% é da União. A segurança há alguns anos estava em segundo ou terceiro lugar como maior preocupação, hoje passou para o primeiro lugar. Tem que ter um choque de segurança no Brasil", afirmou Aécio, para em seguida dizer que "se chegar lá" (à Presidência) vai reproduzir pelo País programas implantados em Minas para estimular a reinserção de egressos do sistema prisional no mercado de trabalho, um deles, em parceria com o AfroReggae.
Ele culpou o período petista pelos apagões de energia elétrica, lembrando que a presidente foi ministra de Minas e energia e depois da Casa Civil durante o governo Lula e disse que só não têm ocorrido mais apagões porque o País não está crescendo no ritmo previsto pelo governo.
Aécio esteve em São Paulo no fim de semana e justificou a ausência do governador Geraldo Alckmin nos encontros do PSDB alegando que a ideia é ele se dedicar ao Estado, e o partido, à campanha à Presidência. "Ele já participou de outros atos. Há uma unidade hoje no PSDB que talvez não tenha havido em nenhum momento da história do partido, talvez apenas na eleição do presidente Fernando Henrique. Quanto melhor avaliados os governadores do PSDB, obviamente melhor para a eventual candidatura."