Jornal Estado de Minas

Cassação de Natan Donadon será analisada com votação aberta

Câmara rejeita pedido de Donadon para que perda de mandato tenha votação fechada

Adriana Caitano

Donadon se defende na sessão de agosto em que escapou de ser cassado - Foto: Carlos Moura/CB/D.A Press - 28/8/13


Brasília – A Câmara dos Deputados terá, nesta quarta-feira (12), uma segunda chance para corrigir o ato que lhe custou a imagem em agosto: a manutenção do mandato de um parlamentar preso. A cassação de Natan Donadon (sem partido-RO) será analisada em plenário novamente, mas, desta vez, com votação aberta. A defesa do congressista tentou manter o sigilo do voto, já que a mudança na regra ocorreu depois que o processo já corria no Parlamento, mas o pedido foi negado. E, mesmo orientado pelo seu advogado, Michel Saliba, a renunciar, ele decidiu voltar ao plenário para apelar aos colegas e tentar nova absolvição. Em todo caso, a defesa de Donadon afirmou que vai ao Supremo Tribunal Federal contra a votação aberta.

O deputado cumpre pena no presídio da Papuda desde junho de 2013, após ser condenado pelo STF a 13 anos e 4 meses de prisão por formação de quadrilha no desvio de cerca de R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia. Quando a prisão foi decretada, a Câmara abriu processo de cassação, que chegou ao plenário em 28 de agosto. Eram necessários 257 votos para que ele perdesse o mandato, mas houve somente 233 registros favoráveis à cassação, 131 contrários e 41 abstenções. O mandato foi mantido, mas o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), suspendeu todos os benefícios do detido e convocou o suplente para o posto.

Em setembro, o PSB protocolou representação pedindo a cassação de Donadon por quebra de decoro, argumentando que a permanência dele nos quadros da Câmara atenta contra a imagem da Casa e que ele votou contra a própria cassação, o que é proibido.
Em novembro, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que tornava a sessão aberta foi aprovada.

Nessa segunda-feira, o advogado Michel Saliba enviou ontem uma solicitação à Câmara para que a sessão fosse secreta. “Quando esse processo foi desencadeado, a norma vigente para o julgamento era a do voto fechado, e não do voto aberto”, argumentou. No fim da tarde, porém, Henrique Alves negou o pedido. “As normas jurídicas de natureza processual possuem aplicabilidade imediata e colhem os processos em curso no estado em que se encontrarem”, justificou Alves. O parlamentar terá direito a se defender durante 25 minutos, mesmo tempo que terão o advogado de defesa e o relator do caso.

JOÃO PAULO A carta de renúncia ao mandato do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) foi lida no início da tarde dessa segunda-feira pelo presidente da sessão, deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE). O documento será publicado no Diário da Câmara dos Deputados e encerra qualquer possibilidade de processo de cassação do mandato do parlamentar, que foi preso na semana passada em decorrência da sua condenação no processo do mensalão.

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