O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), tentou nessa terça-feira retirar o partido do foco da ação movida pela Procuradoria Geral da República (PGR) contra o deputado federal da legenda Eduardo Azeredo (MG), por peculato e lavagem de dinheiro no período em que governou Minas Gerais (1995 a 1998). Na sexta-feira, a PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) 22 anos de prisão para Azeredo. “Não é uma questão que envolve o partido. Não tem ninguém do partido envolvido nessa questão. É respeitar a decisão do STF", afirmou Aécio, ao sair de reunião da Executiva Nacional do partido, em Brasília. O senador negou que o pedido de condenação de Azeredo tenha sido discutido no encontro.
Pré-candidato à Presidência da República, Aécio voltou ontem a atacar a presidente Dilma Rousseff, sua rival na disputa para o governo federal, e a cúpula do PT. Durante as comemorações do aniversário de 34 anos da legenda, na noite de segunda-feira, em São Paulo, Dilma chamou seus adversários de pessimistas, “caras de pau”. "Assistimos ali, de forma patética, a uma sucessão de neologismos absolutamente desencontrados que remontam aos mais gloriosos tempos dos aloprados", afirmou o tucano.
Para Aécio, o partido da presidente vive um momento conturbado.
Segundo Aécio, “é lamentável que o presidente de um partido que está no governo redija um documento de sete laudas e não dê uma palavra em relação à gravíssima crise de energia, sobre os direitos trabalhistas dos médicos cubanos ou em relação ao estado de calamidade que tomou conta da Petrobras, ou sobre a crise de confiança que se abateu sobre o país", afirmou o senador.
No encontro de ontem, integrantes da cúpula do PSDB aprovaram resolução que concede à Executiva Nacional a última palavra em relação às alianças estaduais que deverão disputar o próximo pleito. "É uma medida preventiva. É um sinal claro: o PSDB tem uma prioridade hoje que supera todas as outras, que é eleger o próximo presidente da República", afirmou Aécio. "Não vamos admitir que localmente quadros do PSDB de alguma forma apoiem a candidatura de outro partido", acrescentou.
Mal súbito
O deputado Eduardo Azeredo chegou a anunciar que faria na tarde de ontem um pronunciamento da tribuna da Câmara sobre a denúncia da Procuradoria Geral da República em que é acusado de peculato e lavagem de dinheiro. No entanto, por volta das 17h, desistiu de falar. No gabinete do parlamentar, a informação era de que Azeredo teria se sentido mal. Hoje deve ser publicado no Diário Oficial do Judiciário a abertura de prazo de 15 dias para que o deputado apresente sua defesa ao Supremo Tribunal Federal. (Com agências)
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