Cercado por jornalistas, Donadon afirmou que foi escolhido como "um bode expiatório" e ainda criticou o fato de estar sendo julgado em voto aberto desta vez. "Iniciou-se em voto secreto e hoje é pelo aberto. Simplesmente para massacrar a minha pessoa e a minha família", declarou.
O deputado reafirmou sua inocência. "Sei que o voto é aberto, mas a convicção da inocência me fez vir até aqui", disse o deputado, contradizendo a versão de seus advogados. A representação contra o deputado pede a cassação desta vez por quebra de decoro parlamentar.
Mais cedo, a defesa afirmou que Donadon não viria para evitar sua exposição diante de um processo que tende a culminar com a perda de seu mandato parlamentar. Assim que o deputado chegou, sem algemas e usando a roupa branca do presídio, os advogados afirmaram que ele foi "forçado a vir por uma interpretação equivocada da direção do presídio".
Ao entrar no plenário cheio, Donadon foi saudado por alguns funcionários da Câmara. Sentou-se numa cadeira de deputado e conversou apenas com seu advogado, Michel Saliba.
Neste segundo processo, o deputado é acusado de denegrir a imagem do Parlamento ao usar algemas em agosto passado e por ter votado na primeira sessão que o livrou da perda do mandato, o que não era permitido. Na votação secreta da ocasião, o resultado foi 233 votos a favor da cassação, quando eram necessários 257 votos. Dos votantes, 131 votaram contra a cassação e 41 se abstiveram. Donadon foi condenado a 13 anos, 4 meses e 10 dias por peculato e formação de quadrilha e cumpre pena na Papuda desde junho passado..