No documento elaborado pelos líderes do MST, eles defendem "a necessidade urgente de fazer mudanças nas políticas agrárias" do governo. "O governo foi incapaz de resolver esse grave problema social e político. A média de famílias assentadas por desapropriações foi de apenas 13 mil por ano, a menor média após os governos da ditadura militar. É necessário assentar, imediatamente, todas as famílias acampadas", diz trecho do primeiro item da carta.
Os líderes do movimento também criticam a burocracia que enfrentam ao ingressarem em programas como o Programa Aquisição de Alimentos (PAA) e no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PENAE).
Há também queixas em relação ao plano nacional de agroecologia lançado pela presidente Dilma em outubro do ano passado. "Esse plano continua na gaveta, sem recursos e sem programas efetivos. E, do outro lado, o Ministério da Agricultura afronta a Anvisa, ao liberar o uso de venenos agrícolas ainda mais perigosos para o meio ambiente e sobretudo para a saúde das pessoas", afirma.
Em outro trecho do documento integrantes do MST reivindicam "mudanças profundas na forma do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) funcionar". "É necessário e urgente contratar servidores, qualificá-los para a função especifica da Reforma Agrária e locar recursos suficientes para uma Reforma Agrária massiva".
Desde a última segunda-feira, 10, cerca de 16 mil integrantes do movimento se reúnem no VI Congresso Nacional do MST, realizado em Brasília. Ontem, 12, a manifestação do movimento terminou em confronto com a PM em frente ao Palácio do Planalto. Ao todo, 30 policiais e 2 sem-terra ficaram feridos. De acordo com a Polícia Militar, 8 policiais sofreram ferimentos graves e um militante do movimento foi detido. (Com Agência Estado).