A presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no lançamento da pré-candidatura de Fernando Pimentel ao governo deixou o PMDB a um passo de fechar a aliança com os petistas em Minas. Cotado para vice na chapa, o ministro da Agricultura e presidente licenciado da legenda no estado, Antônio Andrade, saiu do encontro dizendo que o partido trabalha para repetir a aliança com o PT feita nas últimas eleições em Minas. Desta vez, o PMDB quer ficar com as vagas de vice-governador e senador na chapa de Pimentel.
Segundo Antônio Andrade, a maioria do PMDB quer hoje se aliar ao PT. Isso inclui a bancada estadual – presente no encontro com Lula –, que será uma das principais beneficiadas por uma aliança com o petista. Pelos cálculos internos, o PMDB consegue ampliar sua bancada ao se coligar com o PT na disputa à Assembleia. “Vamos trabalhar no sentido de inverter a chapa. O PT sai na cabeça e o PMDB vai de vice e Senado”, afirmou Andrade, que confirmou sua saída do ministério até 4 de abril.
O dirigente se refere à última disputa pelo governo de Minas, quando o candidato derrotado, senador Hélio Costa (PMDB), teve os petistas Patrus Ananias e Fernando Pimentel, respectivamente, concorrendo nas vagas de vice-governador e senador na chapa. Apesar de ainda não haver definição, Antônio Andrade, que é um possível vice, se posicionou ao lado de Lula e Pimentel durante todo o encontro. Ele também fez vários afagos a Pimentel, com quem disse conversar quase todos os dias e ter grandes afinidades.
A bancada peemedebista também saiu do encontro dizendo que quer estar com o PT, seja no primeiro ou no segundo turno. Eles alegam que o momento da união vai ser definido em função da melhor estratégia eleitoral. Para concorrer ao Senado, Andrade disse que a prioridade é do atual senador Clésio Andrade, embora ele se posicione como candidato ao governo. Apesar de os peemedebistas já terem conversado com o PSDB, Andrade descartou qualquer possibilidade de união com os tucanos. “Não há hipótese nenhuma de composição. Somos oposição na Assembleia e estamos com o PT no governo federal”, afirmou.
Pimentel disse que o partido estará com o PMDB e ele espera que isso ocorra já no primeiro turno. “O PMDB é o mais importante partido da aliança que temos para governar o Brasil e queremos que seja também na aliança que vamos fazer para Minas Gerais”, disse. Sobre a acusação do PSDB, de que os petistas estariam fazendo uso da máquina, com as constantes visitas da presidente Dilma Rousseff ao estado para anunciar obras, Pimentel disse que esse não é o estilo do partido. O ex-ministro disse que saiu antes do cargo para não gerar essa confusão. “Isso por si só já mostra que uso da máquina não é bem o nosso jeito de fazer política”, rebateu.
O presidente do PT, Odair Cunha, porém, deixou claro que as duas vagas na chapa não estão garantidas para o PMDB. Segundo o dirigente, o PT espera que o PMDB esteja presente como vice na chapa de Pimentel. A vaga do Senado, porém, está “em aberto”. “Estamos em negociação com os partidos, como podemos estar com isso já definido?”, questionou. Cunha afirmou que a partir de semana que vem o PT começa a ouvir os mineiros com caravanas, nas quais a pré-campanha de Pimentel já estará na rua.