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Estado de Minas

Almoço de vereadores é bancado até no recesso


postado em 16/02/2014 06:00 / atualizado em 16/02/2014 07:33

No Restaurante da Naná, no Bairro Santa Inês, Região Leste, o almoço mais barato custa R$ 8,50. O mais caro, com direito a dois pedaços de carne, sai por R$ 10,50. Foi lá que o suplente de vereador Moamed Rachid (PDT) gastou R$ 8.760 durante os últimos seis meses. Levando em conta o prato mais caro, o dinheiro gasto seria suficiente para bancar 834 refeições. Todas as despesas foram declaradas como lanche. A reportagem não conseguiu contato com o vereador, que já deixou o cargo com a volta de Bruno Miranda (PDT), titular da cadeira. Em janeiro, mês de recesso parlamentar, ele apresentou uma nota no valor de R$ 1.914.

Já  Doutor Nilton (PROS) gastou R$ 16.447,50 no restaurante, lanchonete, pizzaria e bufê Palmicar Sabores, no Bairro Providência, Região Norte. A despesa foi informada como lanche. O recurso seria suficiente para o vereador e seus 18 funcionários comerem 159 salgados por dia, de janeiro de 2013 até o mês passado, já que o cento de salgado no estabelecimento custa R$ 28. O dono do bufê, José Carlos Coelho, afirmou que fornece lanche para o gabinete do vereador e que em dezembro foram entregues 255 lanches a R$ 7,50 cada. De acordo com ele, o pagamento  é feito sempre no fim do mês.

Henrique Braga (PSDB) apresentou em janeiro uma nota de R$ 720 de um restaurante chinês. De acordo com as regras do uso da verba indenizatória, o vereador pode apresentar uma única nota de despesas  com refeição por mês. Nilton e Braga não retornaram o pedido de entrevista.

FUNCIONÁRIOS Os vereadores também usam a verba indenizatória para contratação de funcionário, o que é vedado pela Deliberação 03/2009, que estabelece as regras para os gastos. O assessor de imprensa do vereador Pablito (PV) é pago com a verba de gabinete. Já o vereador Juliano Lopes (SSD), ex-árbitro de futebol, contratou um ex-companheiro de profissão para fazer a divulgação do seu mandato parlamentar: Rogério Pereira da Costa, que, de acordo com o vereador, atualmente é dono de uma gráfica.

Dados da Receita Federal apontam que a empresa de Rogério, batizada com seu nome, foi aberta em 2 de janeiro de 2013, mesmo mês que Juliano assumiu o mandato, e faz treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial. Juliano Lopes garantiu, no entanto, que é a empresa do ex-árbitro a responsável pelos serviços gráficos contratados por R$ 9.780 no ano passado.

O gabinete de Pablito também informou que Marcelo Queiroga Titto é responsável pela elaboração do material gráfico do mandato do parlamentar. Na sexta-feira, porém, quando a reportagem ligou para o gabinete do vereador procurando um assessor de imprensa, foi Marcelo quem atendeu e preferiu não entrar em detalhes. Poucos minutos depois, o chefe de gabinete Alexandre Braga entrou em contato com a reportagem para explicar que Marcelo estava, por coincidência, no gabinete na hora que o EM ligou. De acordo com Braga, Pablito não tem assessor e são os próprios funcionários do vereador que o acompanham e repassam as informações para Marcelo produzir as peças gráficas.


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