Jornal Estado de Minas

MPF pede 36 anos para general por participação no atentado do Riocentro

À época, Cruz confessou aos procuradores que soube, ao menos uma hora antes, do plano para o ataque

Rio de Janeiro – O Ministério Público Federal (MPF) do Rio de Janeiro pediu nessa segunda-feira pena mínima de 36 anos e seis meses de prisão para o general reformado Newton Cruz por participação no atentado do Riocentro, em 1981.

Chefe da Agência Central do Serviço Nacional de Informações (SNI) à época, Cruz confessou em depoimento aos procuradores que soube, ao menos uma hora antes, do plano para o ataque durante o show do Dia do Trabalho. Entre os seis responsabilizados pelo MPF por envolvimento no caso, o general reformado é o que foi denunciado por mais crimes: cinco. Os procuradores entendem que o general poderia ter evitado o atentado, mas não o fez. Somadas, as penas de Cruz poderiam chegar a 67 anos de prisão – se todas as punições máximas fossem aplicadas.

Além de Cruz, o MPF responsabilizou pelo atentado o hoje coronel reformado Wilson Machado (do DOI-I), Nilton Cerqueira (então comandante da Polícia Militar fluminense), o major reformado Divany Barros (agente do DOI-I), o hoje general reformado Edson Sá Rocha e o delegado Cláudio Guerra. Guerra, Cerqueira e Wilson Machado foram responsabilizados por quatro crimes, e o MPF pede para eles uma pena mínima de 36 anos de prisão.

O MPF continua a investigação para identificar outros militares que queriam continuar praticando os atentados e está disposto a oferecer delação premiada (chamada pelo MPF de contribuição premiada) para pessoas que ofereçam novas informações sobre o caso.

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