Após denúncia do Ministério Público Federal em São Paulo, a Justiça Federal decidiu nessa terça-feira processar criminalmente 11 réus acusados de participação em esquema de lavagem de dinheiro e pagamento de propinas por parte da Alstom a políticos e servidores públicos. Os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa e lavagem de dinheiro, imputados aos réus, teriam sido praticados entre 1998 e 2002, durante as gestões de Mário Covas, morto em 2001, e de Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, no governo de São Paulo.
Nessa terça-feira, o juiz federal da 6ª Vara Criminal Marcelo Cavali também autorizou a abertura de inquérito para investigar o vereador Andrea Matarazzo (PSDB-SP). Ele foi secretário de Energia do governo estadual e existe a suspeita de que possa ter participado do esquema. Também vão ser investigados Eduardo José Bernini, ex-presidente da Eletropaulo, e os ex-executivos da Alstom Michel Louis Charles Mignot, Yves Jaques Marie Barbier de La Serre e Patrick Paul Ernest Morancy. Os advogados de Matarazzo alegam que o “novo inquérito trataria de fato indeterminado” e que se trata de “homem público, que se vê ilegitimamente submetido a alto grau de constrangimento, em época de proximidade do pleito eleitoral”.
Conforme a denúncia do Ministério Público, a Alstom pagou R$ 23,3 milhões, em valores atuais, para ser a fornecedora de equipamentos de três subestações elétricas da Eletropaulo e da Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE). Conforme acusação dos procuradores Andrey Borges de Mendonça e Rodrigo de Grandis, a multinacional francesa, em troca, ganhou um contrato de R$ 181,3 milhões. De acordo com a investigação, o suborno teve como objetivo eliminar a possibilidade de concorrência.