Jornal Estado de Minas

Eduardo Azeredo renuncia ao mandato de deputado federal

Filho do deputado mineiro está hoje em Brasília para entregar carta de renúncia do pai ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)

Eduardo Azeredo confirmou nesta quarta-feira a renúncia ao madato de deputado federal - Foto: Brizza Cavalcante/Agencia Camara

O filho do deputado federal e ex-governador de Minas Eduardo Azeredo (PSDB), Renato Penido Azeredo, viajou na manhã desta quarta-feira para Brasília onde vai entregar ao presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), a carta de renúncia ao mandato do pai. No texto, Eduardo Azeredo diz não concordar com as acusações do processo, no Supremo Tribunal Federal (STF), de crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Na manhã desta quarta-feira, o deputado Eduardo Azeredo falou por telefone com a reportagem em.com.br. sobre a renúncia.  Ele estava em casa, em Belo Horizonte, e confirmou a decisão de abrir mão do mandato, mas não quis entrar em detalhes sobre o assunto. "Não quero falar muito não. O Pestana (Marcus Pestana, deputado federal e presidente do PSDB em Minas) vai fazer um pronunciamento",  disse o parlamentar. Perguntado se estava sendo injustiçado, Azeredo respondeu enfático: "Completamente, estou sendo responsabilizado por atos de 2º e 3º escalões".

Orquestrado

De Brasília, o deputado federal Marcus Pestana também falou por telefone com o em.com.br. Pestana informou que estava preparando o discurso que fará da tribuna da Câmara, marcado para as 17h30 desta quarta-feira.
"Será um discurso de desagravo, lembrando o passado honrado e de homem de bem dele", afirmou Pestana.

O deputado rechaçou a hipótese de a iniciativa de Azeredo fazer parte de uma ação orquestrada por lideranças tucanas. "Isso não é verdade, foi uma decisão individual dele, corajosa e  de desprendimento, de quem quer que tudo seja apurado", reagiu Pestana.

Pestana também negou que a renúncia visa o julgamento do processo pela Justiça comum, longe dos holofotes do Supremo Tribunal Federal. ""Também não é verdade, caberá ao Supremo decidir isso", afirmou.

Com a renúncia, o processo - pevisto para ser julgado julgado pelo STF -, pode ficar sob responsabilidade do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, uma vez que Azeredo perde o foro privilegiado conferido pelo mandato parlamentar.

Denúncia

No último dia 7, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF as alegações finais do processo contra o tucano, pedindo a condenação de Azeredo a 22 anos de prisão. Ele teria desviado recursos do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), já extinto, e das empresas públicas, Copasa e Cemig, para sua campanha á reeleição ao governo de Minas, em 1998. Em valores atuais, seriam cerca de R$ 9 milhões.

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