O governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB) negou nesta quarta-feira que tenha tido contato com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, visando que ele ingresse no PSB. O plano seria oferecer a Barbosa a vaga ao Senado pelo Rio de Janeiro.
"Não tive nenhum contato com o ministro Joaquim Barbosa sobre questão política ou sobre filiação partidária", reiterou. Acrescentou não ter "tomado iniciativa de solicitar a qualquer pessoa para fazer esse contato" ao ser indagado sobre o pedido que ele teria sido feito à ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, recém filiada ao PSB e provável candidata ao Senado na Bahia.
No entanto, considerou "natural que uma ministra do STJ que fez a opção, ao se aposentar, de entrar na luta política para ajudar a melhorar a política, que ela, ao se encontrar com antigos colegas do Judiciário, possa falar sobre isso".
Sucessão estadual
O governador disse estar confiante na vitória do seu candidato à sua sucessão, mas nada adiantou sobre o escolhido. "Não discuti nome com ninguém. Falei com quase todos os partidos, e estou confiante. Vamos ter uma ampla aliança que vai ser feita em torno de ideias e programas e não de um nome", observou.
Ele afirmou que a decisão só deverá ser anunciada na próxima semana. Quanto a preferência sobre um candidato de perfil técnico ou político, observou que o mundo não está dividido nesse sentido. "É importante alguém que tenha o conjunto das ideias e tenha consciência de que esse processo que estamos vivendo com total tranquilidade é um processo de muita responsabilidade", disse. "Discutimos a possibilidade de o Estado continuar mudando, ter mais geração de emprego e qualidade de vida e a minha preocupação é a aliança ter o compromisso com a sociedade, o que fazer para Pernambuco seguir melhorando".
Entre os nomes especulados estão o ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, o vice-governador João Lyra, os secretários de Estado Tadeu Alencar, Paulo Câmara e Danilo Cabral, além do ex-deputado federal Maurício Rands.
Acabou o tempo de deixar para amanhã
Na palestra, Eduardo Campos avaliou que o Brasil vem fazendo as coisas que dá para fazer, deixando "o mais complicado para amanhã, depois de amanhã, para o próximo governo". "Agora é preciso ter coragem de dizer que o tempo de deixar para manhã acabou", destacou, ao citar o aumento da produtividade da economia e da melhoria da qualidade de vida das pessoas como desafios a serem enfrentados.
"O Brasil aprendeu a transformar dinheiro em pesquisa e agora precisa transformar pesquisa e inovação em dinheiro, temos que fazer esta aposta", afirmou, ao pregar o uso de ferramentas como tecnologia e inovação.
Ele reiterou que as desigualdades sociais são um freio ao crescimento brasileiro e reforçou que o Nordeste tem 27% da população brasileira 13% do PIB e 50% dos pobres. "Esta conta não fecha".
Aproveito a oportunidade e citou ainda contradições do País - "descobrimos o pré-sal e nunca importamos tanto derivado do petróleo; exportamos minério de ferro e importamos trilhos; não investimos em transporte público, mas estimulamos o consumo de carros" - e defendeu a necessidade de gestão e planejamento para as mudanças.