A ação penal contra Clésio - ex-vice-governador no primeiro mandato de Aécio Neves (PSDB) no Estado - tramita separadamente da de Azeredo. Ela ainda está na etapa de oitivas e dificilmente será julgada até as eleições de outubro. Por enquanto, a defesa de Clésio não trabalha com a hipótese de que ele renuncie para retardar o processo, o que abriria a possibilidade de mais instâncias de recursos.
O senador foi acusado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro na denúncia que apontou desvio de R$ 3,5 milhões de estatais mineiras para a campanha à reeleição de Azeredo, então governador de Minas, em 1998. Ele era o candidato a vice na chapa de Azeredo.
Mesmo assim, Clésio se diz disposto a enfrentar a batalha interna na convenção do PMDB mineiro em junho para garantir sua indicação como candidato a governador. A sigla está dividida no Estado entre dois grupos.
Um deles, capitaneado pelo ministro da Agricultura, Antonio Andrade, defende uma aliança com o PT em torno da candidatura do ex-ministro Fernando Pimentel ao governo.
Para dar uma demonstração de força política, Clésio está articulando dois grandes encontros com prefeitos mineiros do PMDB nos dias 12 e 14 de março. A ideia é que durante os eventos seja feito o lançamento oficioso de sua candidatura, fato que preocupa o PT. “A princípio, ele está lançado como pré-candidato a governador”, afirma o senador Valdir Raupp, presidente nacional do PMDB.
Apesar da declaração, a cúpula peemedebista só espera que o PT declare apoio aos candidatos do partido em Goiás e no Ceará para entrar em cena em Minas e forçar uma aliança com Pimentel. “Eu não acredito em pressão que venha de fora”, rebateu Clésio.