Se o Supremo Tribunal Federal mandar o caso de Eduardo Azeredo (PSDB) para a primeira instância, o senador Clésio Andrade (PMDB-MG), pré-candidato ao governo de Minas, passará a ser o único réu na ação penal envolvendo acusações de peculato e lavagem de dinheiro durante a disputa eleitoral em Minas, em 1998, que poderá ser analisado diretamente pelo Supremo Tribual Federal.
O senador foi acusado pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro na denúncia que apontou desvio de R$ 3,5 milhões de estatais mineiras para a campanha à reeleição de Azeredo, então governador de Minas, em 1998. Ele era o candidato a vice na chapa de Azeredo.
Mesmo assim, Clésio se diz disposto a enfrentar a batalha interna na convenção do PMDB mineiro em junho para garantir sua indicação como candidato a governador. A sigla está dividida no Estado entre dois grupos.
Um deles, capitaneado pelo ministro da Agricultura, Antonio Andrade, defende uma aliança com o PT em torno da candidatura do ex-ministro Fernando Pimentel ao governo. O outro, liderado pelo ex-ministro Hélio Costa e pelo ex-governador Newton Cardoso, advoga a tese de lançar a candidatura de Clésio. De acordo com aliados do senador, ele contaria com dois terços dos delegados do diretório ao seu lado.
Para dar uma demonstração de força política, Clésio está articulando dois grandes encontros com prefeitos mineiros do PMDB nos dias 12 e 14 de março. A ideia é que durante os eventos seja feito o lançamento oficioso de sua candidatura, fato que preocupa o PT. “A princípio, ele está lançado como pré-candidato a governador”, afirma o senador Valdir Raupp, presidente nacional do PMDB.
Apesar da declaração, a cúpula peemedebista só espera que o PT declare apoio aos candidatos do partido em Goiás e no Ceará para entrar em cena em Minas e forçar uma aliança com Pimentel. “Eu não acredito em pressão que venha de fora”, rebateu Clésio