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Estado de Minas

Um dia depois de sua renúncia, Azeredo diz que tem que retomar a vida

Político reafirma ao EM que se sente injustiçado com as denúncias feitas pelo procurador-geral e conta que pretende retornar à iniciativa privada


postado em 21/02/2014 06:00 / atualizado em 21/02/2014 07:11

"Fizeram uma tremenda injustiça comigo, com acusações mentirosas, tentando atribuir a mim atos que não foram da minha resposnabilidade, diz Azeredo (foto: Brizza Cavalcante/Agencia Camara )

O ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB), que renunciou ao cargo na última quarta-feira, pelo menos momentaneamente pretende deixar a atividade político-partidária e retornar à iniciativa privada – ele é engenheiro e analista de sistemas. “Tenho que retomar a vida. A vida segue e não posso ficar parado”, disse ele nessa quinta-feira por telefone ao Estado de Minas. A renúncia foi motivada pelas acusações da Procuradoria Geral da República de que ele teria desviado recursos de empresas do governo de Minas e utilizado doações ilegais para a sua campanha à reeleição ao Palácio da Liberdade em 1998.

Depois da renúncia, Azeredo aguarda agora a decisão do relator do seu processo no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luís Roberto Barroso, sobre a instância da Justiça que irá julgá-lo, se a primeira, por não ter mais o foro privilegiado, ou se na própria corte do STF. Azeredo afirmou que tem permanecido recluso e evitado o debate público. Também disse que nos últimos dias enfrentou problemas de saúde, que motivaram que ele pedisse licença médica. Porém, voltou a dizer que foi injustiçado na denúncia apresentada pelo procurador-geral, Rodrigo Janot. “Fizeram uma tremenda injustiça comigo, com acusações mentirosas, tentando atribuir a mim atos que não foram da minha responsabilidade”, afirmou o ex-governador, acrescentando que vai permanecer em Belo Horizonte e também vai cuidar de sua defesa.

Mesmo demonstrando indignação em relação ao teor da denúncia encaminhada ao STF, Azeredo não quis tecer mais comentários sobre o comportamento de Janot e sobre sua defesa, lembrando que “tudo” o que tinha a dizer está na carta de renúncia, que foi entregue pelo seu filho, Renato Azeredo, e pelo seu advogado, José Gerardo Grossi, ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e à Secretaria Geral da Casa. A carta foi lida em plenário pelo deputado Inocêncio de Oliveira (PR-PE).

Na carta, Azeredo rechaça as denúncias de peculato e lavagem de dinheiro. “As acusações de que fui alvo pela Procuradoria-Geral, com base em testemunhos e documentos falsos, não me pouparam. De cidadão, que deveria ter assegurado o sagrado direito de defesa, fui transformado em mero alvo político destinado a sofrer ataques para compensar delitos cometidos por outros”, afirmou o tucano. Ele também faz referência ao seu estado de saúde, à sua família e ao partido no qual é filiado: “Minhas forças já se exaurem, com sério risco para minha saúde e para a integridade de minha família. Não aceito que o meu nome continue enxovalhado, que meus eleitores sejam vítima, como eu, de mais decepções, e que sejam atingidos o meu amado estado de Minas Gerais e o meu partido, o PSDB”.

Eduardo Azeredo disse ao EM que ficou satisfeito com as declarações de solidariedade e de reconhecimento do seu trabalho. No entanto, não quis fazer nenhum comentário a respeito das manifestações, voltando a lembrar que tem evitado esticar conversa sobre o fato. O próprio presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), lamentou a saída de Eduardo Azeredo. “Faço questão de destacar a sua seriedade, honradez e conduta como deputado”, disse Alves.

Outra manifestação pública foi do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassay (BA). “Sabemos que ele vai seguir com serenidade e equilíbrio, como ele sempre se comportou na vida pública. Todos que o conhecem sabem que ele é homem digno, homem de bem”.


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