A articulação de partidos da base contra o PT foi liderada pelo presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), e representantes dos governistas PMDB, PP, PSD, PR, PDT, PTB, PSC e PROS, além do oposicionista SDD. A intenção é montar um bloco nos moldes do "centrão" que se formou em 1987, na Constituinte - e que, no caso, defendia posições de centro-direita -, para conduzir as votações independentemente da vontade do governo. "É como se fosse a base, sem PT e PC do B, se unindo para valorizar a Câmara", disse o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). "Queremos que o governo deixe a Câmara trabalhar", disse o líder do PSD, Moreira Mendes (RO).
Os parlamentares reclamam da falta de interlocução política, da presidente aos ministros. Afirmam que sofrem para conseguir marcar audiências até com secretários dos ministérios. Dizem ainda que deputados petistas teriam "informação privilegiada" para conseguir capitalizar ações do governo nas suas bases.
A reunião do "centrão", no apartamento de Luiz Fernando Faria (PP-MG), no 3.º andar, começou por volta das 21h30. No mesmo horário começaram a chegar petistas na casa do vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), no 1.º andar.
O objetivo era discutir os nomes para as três comissões que o PT comandará na Casa. Mas antes disso começou a discussão sobre emendas parlamentares. "Fomos atropelados e começamos a discutir as emendas represadas", contou Vargas. Deputados de todas as legendas - PT inclusive - reclamam que o governo deixou de empenhar R$ 447 milhões no fim de 2013 que tinham sido prometidos.
Por volta da meia-noite, Alves, Cunha e outros participantes da reunião do 3.º andar entraram no elevador para deixar o prédio. Segundos depois, o elevador parou no 1.º andar. Petistas o aguardavam e os participantes dos dois encontros se cruzaram. "Quando encontramos o pessoal do PT vimos que o clima estava até mais pesado que lá em cima", disse um dos líderes. .