Jornal Estado de Minas

PSB irá apoiar candidato tucano ao governo de Minas

Socialistas desistem de candidatura própria ao governo de Minas e acertam apoio ao tucano Pimenta da Veiga. Anúncio foi feito em Recife em reunião com presidente nacional da legenda

Alice Maciel Júlia Schiaffarino
Aécio Neves desembarcou em recife para uma visita de cortesia pelo nascimento do quinto filho de Eduardo Campos - Foto: Teresa Maia/DP/D.A.Press
O pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, senador Aécio Neves, disse ontem no Recife, onde se encontrou com seu provável adversário nas urnas, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que os tucanos terão apoio dos socialistas na eleição para o governo de Minas Gerais. O deputado federal Júlio Delgado, presidente estadual do PSB, que participou do encontro, confirmou que o partido vai apoiar a candidatura de Pimenta da Veiga (PSDB). Em contrapartida, os tucanos vão apoiar o candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara.


“Onde estivemos juntos por 10 anos não tem porque não estarmos juntos nessa campanha eleitoral. A começar pelo meu estado, onde há uma aliança e onde o PSB esteve presente no lançamento da candidatura do PSDB declarando o seu apoio”, disse Aécio Neves. Júlio Delgado é um dos principais aliados de Aécio  dentro da legenda e chegou junto com o senador na solenidade que oficializou a pré-candidatura de Pimenta da Veiga a governador, na quinta-feira. Segundo ele, o PSB não exige participar da chapa majoritária com os tucanos em Minas Gerais, mas a possibilidade existe.

O acordo entre PSDB e PSB indica que os socialistas não conseguiram convencer o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, a disputar a sucessão do Palácio da Liberdade, um trabalho que contou inclusive com a participação da direção nacional do PSB.

Júlio Delgado, no entanto, reconhece que a decisão não é pacífica no partido e que poderá haver resistência principalmente dos integrantes da Rede Solidariedade – legenda idealizada pela ex-senadora Marina Silva, agora filiada ao PSB, e que defende a candidatura própria nos maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

No plano nacional, Aécio demonstrou seu desejo de se unir a Eduardo Campos em um eventual segundo turno contra Dilma Rousseff (PT): “Tenho a expectativa de em um segundo turno estarmos juntos porque temos o sentimento de que o governo do PT faz muito mal para o Brasil”, afirmou o mineiro. Já Eduardo Campos preferiu não bater o martelo. “Ninguém sabe se a eleição terá dois turnos ou se nós disputaríamos, os dois, um segundo turno”, afirmou o socialista ao ser indagado sobre o assunto.

O senador mineiro fez diversos elogios a Campos, ao mesmo tempo em que procurou reforçar as semelhanças entre PSDB e PSB, mas admitiu que também há diferenças. “Tanto é que nós militamos em partidos diferentes. Elas (as diferenças) aparecerão na campanha.”

Aécio Neves também lembrou ter se mostrado favorável à candidatura do socialista à Presidência, bem como à criação do Rede, partido proposto por Marina Silva, hoje aliada de Eduardo Campos. “Sempre estimulamos que outras forças políticas pudessem entrar no jogo como o governador Eduardo e a própria Marina. Nós inclusive congressualmente atuamos juntamente com o PSB para impedir as manobras do PT contra a criação do partido de Marina.”

Visita Aécio Neves desembarcou no Recife a pretexto de uma visita de cortesia à família Campos pelo nascimento do quinto filho do governador, Miguel, a quem chamou de “príncipe”. A agenda dele, porém, foi intensa. Começou a manhã em reunião com deputados federais e estaduais do PSDB de Pernambuco e da Paraíba, da qual também participou o presidente do DEM em Pernambuco, deputado federal Mendonça Filho. Nessa conversa com os tucanos nordestinos, o senador teria mostrado confiança de vencer Eduardo Campos no primeiro turno em todos os estados, à exceção de Pernambuco. Em pelo menos seis – Goiás, Minas Gerais, Pará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná – relatou aos presentes esperar ter vantagem de votos sobre a presidente Dilma Rousseff (PT).
No fim da tarde, o senador acompanhou o evento do Solidariedade, do qual participou o presidente nacional da nova sigla, Paulinho da Força.

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