Perguntado por repórteres onde havia ido, o delator do mensalão respondeu: "Estou desfrutando os momentos finais da minha liberdade. Quanto a vocês, curtam sua liberdade, que é o bem mais precioso que vocês têm".
Ao chegar do passeio, Jefferson foi abordado pelo comerciante Afonso Celso Dominguito de Castro, de 55 anos, que o esperava por meia hora "para ser o primeiro doador" na "vaquinha" lançada pelo delator do mensalão para ajudar a pagar a multa de R$ 720 mil estipulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
"Vim aqui doar meu dinheiro e mostrar a cara. Acabei de sacar R$ 100 no banco e vim aqui entregar pessoalmente ao senhor. Vou lhe dar meu CPF para que seja declarado. Quero ser diferente dos "petralhas" (que fizeram vaquinha virtual). Eles estão quebrando esse país", disse Castro, também admirador de motos Harley Davidson.
Surpreso com a atitude, Jefferson disse: "É um gesto espontâneo. Gente boa!". Em seguida, convidou Castro para entrar em sua casa.
Enquanto aguardava Jefferson chegar, Castro disse aos jornalistas que a atitude de Jefferson, ao delatar o esquema do mensalão no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi "um importante passo para nós, brasileiros".
"Gostaria de mandar um abraço para os ministros do Supremo, principalmente o Joaquim Barbosa, pelo julgamento que vai entrar para a história. Daqui para frente, os políticos vão pensar antes de roubar o dinheiro público".
O comerciante disse já ter sido filiado ao PDT "há muitos anos", antes de ter se mudado para os Estados Unidos, onde morou por 25 anos. "Fiz muita coisa lá. Trabalhei como servente de obra, lavei muita louça também. Meu último trabalho como foi como taxista em Miami. Hoje tenho uma Harley e um (jipe) Hummer. Deu pra juntar um dinheirinho. Ajudei muito minha família. Tenho 12 irmãos: comprei lanchonete, casa em praia, sítio...", disse Castro, que disse que não conhecia Jefferson pessoalmente..