Segundo Picciani, a candidatura de Lindbergh inviabiliza o apoio do PMDB-RJ a Dilma, porque o partido não aceita palanque duplo para a presidente. Lindbergh foi lançado candidato no último sábado, 22, com festa na quadra da escola de samba Salgueiro. O candidato do PMDB à sucessão do governador Sérgio Cabral é o vice, Luiz Fernando Pezão, que assumirá o governo no dia 3 de abril.
Apesar da movimentação do comando estadual do partido para deixar Dilma e apoiar Aécio, Cabral e Pezão tornaram público o apoio à reeleição da presidente.
O presidente do PMDB-RJ disse que a convenção fluminense está marcada para junho, mas poderá ser antecipada, para formalizar logo o apoio a Aécio. "Eu sempre disse que sou contra a tese do palanque duplo. Nós sempre defendemos a reeleição da presidente Dilma, mas, se não houver reciprocidade no Rio, com apoio do PT a Pezão, vou encaminhar contra o apoio a Dilma. Minha posição é afunilar o mais rapidamente para a candidatura de Aécio Neves. Essa posição é amplamente majoritária entre os que votam na convenção do PMDB do Rio", afirmou Picciani.
"Vou botar em votação este encaminhamento e, se for aprovado, não volto mais atrás.
Coordenador da campanha de Pezão, Picciani disse que tem evitado tratar da retirada do apoio a Dilma com Cabral e Pezão, já que eles apoiam a presidente. "Vou aguardar o tempo deles", afirmou.
Com 15% dos votos, o PMDB-RJ deverá votar em peso contra o apoio a Dilma também na convenção nacional, apesar de o vice-presidente Michel Temer ser do partido. Picciani reconhece, porém, que "não quer dizer que será decisivo" e a tendência do PMDB nacional é manter a aliança com Dilma.
Cabral deverá ser candidato ao Senado, mas a formação final da chapa de Pezão dependerá dos acordos com outros partidos, segundo Picciani. Outra opção é ser candidato a deputado. "A candidatura inamovível é a de Pezão. Cabral vai fazer o que for melhor para a candidatura de Pezão, para o partido, para o Estado. O governador é líder do partido, colocou seu nome à disposição. Ninguém tem mais preocupação com o destino do Rio de Janeiro do que Cabral", disse.
Boquinha
Picciani reclamou dos ataques de Lindbergh ao governo Cabral e ironizou a saída do PT do governo do Estado, depois de sete anos de aliança. O PT tinha duas secretarias, de Meio Ambiente e de Assistência Social e Direitos Humanos, entregues no mês passado. "Foi difícil para eles sair da boquinha, foi uma decisão sofrida", provocou.