Com um discurso de oposição ao governo de Dilma Rousseff, o senador e candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB) homenageou, nesta terça-feira no Senado, os 20 anos do lançamento do Plano Real. Autor do requerimento para a realização do evento, Aécio Neves, falou para o plenário lotado por lideranças políticas. Diante da presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o senador defendeu que “o país precisa derrotar nas urnas a mentira e os pactos de conveniência”.
De acordo com o senador, a política econômica não foi mantida pelos petistas, que não levaram adiante as conquistas advindas do Plano Real. “De tijolo sólido ( economia sob a égide do Plano Real), vivemos uma economia frágil”, disse Aécio. O senador defendeu uma mudança no governo e afirmou que é hora de o país “receber um novo choque de esperança e confiança como foi o Plano real há 20 anos”. Para o senador , “quem suceder ao atual governo vai governar em dias difíceis até recuperar a confiança”. Diante dos dados econômicos elencados por Aécio, o país “mergulhou na desesperança no futuro” com os 12 anos do governo do PT, iniciado em 2003 com o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. “”Formulações ideológicas nos afastaram do desenvolvimento econômico”, acentuou Aécio.
FHC
Antes de participar da solenidade, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que está na hora de o país passar por outra grande mudança, equivalente a que houve com a implantação do Plano Real. "Não vou me antecipar, mas o povo sente que está na hora de mudar o rumo", afirmou o tucano a caminho do plenário do Senado.
Ele atacou a política econômica do governo e disse que é preciso continuar a ver onde estão os problemas do país. Mas isso, segundo ele, "não pode ser feito na calada da noite, tem que abrir o jogo". "A gente tem que dizer a verdade ao povo, com sinceridade, e não fazer o tempo todo propaganda. Não fiz propaganda do que ia fazer, mas mostrei ao país naquela ocasião quais eram as dificuldades e por que podíamos superá-las", referindo-se à implantação do Plano Real.
FHC disse que se preocupa com os rumos da economia, mas destacou que não pode cometer injustiças sobre o controle da inflação. "Não posso ser injusto e dizer que o governo não controla a inflação. Eu tinha 20%, 30% ao mês. Agora são 6% ao ano". Ele destacou como importante o cumprimento de metas da inflação e a manutenção da Lei de Responsabilidade Fiscal. Também ressaltou que não há receita para uma boa condução econômica. "Política econômica é navegação. Não pode ter uma ideia fixa, mas alguns rumos precisam ser mantidos", afirmou FHC, que aproveitou ainda para criticar a condução dada pela presidente Dilma Rousseff ao assunto. "Nesse momento o Brasil está um pouco em um compasso diferente do resto do mundo".
Com informações da Agência Estado