O governador Antonio Anastasia (PSDB) comunicou nessa quarta-feira, pela primeira vez, sua saída do cargo para entrar na disputa por uma vaga no Senado. A declaração foi feita em um encontro com a bancada mineira no Congresso Nacional, no escritório do governo de Minas Gerais, em Brasília. Durante o café da manhã, que também contou com a presença do vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) e do senador e pré-candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB), Anastasia declarou que deixa o governo de forma “tranquila” por saber que Alberto Pinto Coelho dará sequência ao trabalho realizado nos últimos anos. Mesmo em forte tom de despedida, o governador tentou despistar ao afirmar que estará de “corpo e alma” na campanha tucana ao Palácio do Planalto.
Anastasia também agradeceu o empenho dos parlamentares em nome de projetos que beneficiam Minas Gerais. Ele fez um pedido para que os deputados e senadores batalhem pela aprovação da proposta de criação do Código de Mineração. A votação do marco regulatório do minério segue sem definição desde 2010. A presidente Dilma Rousseff chegou a prometer, durante um discurso em Ouro Preto, em 2011, empenho da União na votação das novas regras. Mas somente no ano passado o projeto foi levado ao Congresso. Outra questão considerada importante por Anastasia é a renegociação da dívida dos estados. O governo federal encaminhou um projeto a pedido dos governadores, que foi aprovado na Câmara, mas ainda não foi apreciado no Senado. “Pedimos à nossa bancada, tanto na Câmara quanto no Senado, para continuar pressionando o governo porque é importante essa votação”, afirmou.
O governador, contudo, reconheceu que este ano será complicado para a aprovação das pautas devido ao período eleitoral. “Nós já perdemos muito tempo. Mas estou fazendo o meu trabalho de empenhar a bancada nesses projetos”, disse. O senador Aécio Neves também falou sobre a interferência do Planalto nos projetos. Ele criticou o governo federal por atrapalhar o encaminhamento das propostas para votação. “Construímos projetos que caminharam no Congresso Nacional. Na última hora, o que faz o governo com sua maioria? Impede que sejam votados os projetos”.