Pela primeira vez no Galo da Madrugada, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, comentou o aumento de salário dos profissionais cubanos contratados no programa Mais Médicos, do governo federal. O ministro destacou que a medida faz parte do aperfeiçoamento do programa, que foi lançada em 8 de julho de 2013. "Hoje são 9,5 mil médicos atendendo a população de mais de 700 municípios, que nunca contaram com médicos, atendendo nas periferias das grandes cidades. No Norte e Nordeste, temos a cobertura de quase 100%", afirmou,
O ministro ironizou as críticas do DEM. O partido tem dito que o governo federal tenta abafar irregularidades no programa ao aumentar os repasses para os profissionais de Cuba. O partido apontava que os médicos cubanos estavam atuando no país sem os direitos trabalhistas garantidos. A denúncia está em investigação pelo Ministério Público do Trabalho. "Muito legal ver o DEM defendendo os médicos cubanos.
Questionado se as mudanças no Mais Médicos tinham sido consequência da deserção da médica cubana Ramona Matos Rodriguez se devia à questão, o ministro negou enfaticamente. "Para nós, era fundamental aperfeiçoar o programa e, entre outras coisas, estamos disponibilizando para os 7,4 mil médicos cubanos no país condições de viver bem no Brasil, de atender bem a população brasileira", frisou.
A médica Ramona Matos Rodriguez buscou abrigo, no dia 4 de fevereiro, no gabinete da liderança do DEM na Câmara dos Deputados depois de abandonar o programa Mais Médicos no Pará. Ela afirmou, na ocasião, que iria pedir asilo ao governo brasileiro. O caso teve uma grande repercussão e, desde então, outros médicos abandonaram o programa.
Segundo Arthur Chioro, já havia estudos no Ministério da Saúde apontando a necessidade de melhorias no programa. Por causa desses estudos, o ministério estava em negociação com a Organização Panamericana de Saúde e com o governo cubano sobre o aumento de salário dos profissionais. "Nós tínhamos visto que o custo de vida nos grandes centros urbano era mais elevado e exigia que a gente conseguisse trabalhar com mais recursos aqui", explicou.
O ministro lembrou que os médicos cubanos são empregados do governo cubano que os direitos previdenciários e trabalhistas deles são assegurados em Cuba. "Quando eles voltarem a Cuba, o vínculo empregatício estará garantido", frisou. Arthur Chioro informou que, além da moradia e da alimentação, que podem chegar a mais de R$ 2,5 mil, o governo brasileiro disponibiliza R$ 3 mil líquidos como remuneração. "Eles podem gastarem como quiserem esse dinheiro", encerrou.
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