Sem entrar em detalhes, Cardozo classificou o projeto como “equilibrado” e disse acreditar que ele estará valendo já durante a Copa do Mundo, em junho. Com a tramitação em regime de urgência, o texto terá 90 dias, ao todo, para ser aprovado pela Câmara e pelo Senado – que têm a pauta trancada justamente por outros projetos enviados pelo Executivo com regime de urgência. Medidas de proteção a jornalistas também estarão na proposta, e serão complementadas por um protocolo em fase final de elaboração pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR).
Em discurso no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, na Suíça, a ministra da SDH-PR, Maria do Rosário, garantiu o compromisso do governo federal “com o pleno exercício da liberdade de expressão e de opinião”. A proteção aos comunicadores já vinha sendo discutida pela pasta há um ano, por um grupo de trabalho criado junto ao Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH).
Embora Cardozo demonstre a intenção do governo federal de ter novas regras já para a Copa, o secretário extraordinário de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), Andrei Rodrigues, garante que as normas não são imprescindíveis para o evento. “A segurança da Copa vai ser realizada, cumprida, ainda que não tenhamos esse novo texto legal eventualmente aprovado”. Embora frise que já existem leis adequadas, Rodrigues ressalta que a iniciativa do Planalto “vem em ótima hora. Se (a aprovação) for antes da Copa, melhor ainda”. Em duas semanas, a Sesge ministrará um curso de capacitação para eventos com multidão, destinado a gestores de segurança pública, “difundindo para as 12 cidades-sedes aquilo que entendemos ser o mais proveitoso”, explica Rodrigues. (Com agências)
INVESTIGAÇÃO O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ontem que um pedido de investigação não significa condenação. Ele se referia à solicitação da Polícia Federal para investigar o ministro do Trabalho, Manoel Dias. “A Polícia Federal cumpre o seu papel nos termos da lei. A Constituição é muito clara quando diz que ninguém é culpado sem prévia sentença judicial. O fato de haver uma investigação não atinge em momento algum a situação de qualquer cidadão brasileiro”, afirmou o ministro, após o lançamento da Campanha da Fraternidade 2014, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).