O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou no último dia 27 de fevereiro a decisão de primeira instância que considera a professora Rosemary de Morais, de 58 anos, como filha do ex-vice-presidente José Alencar. O caso foi julgado na 4° Câmara Civil de Belo Horizonte, que considerou a negativa de Alencar em realizar o exame de DNA como um dos principais argumentos que comprovam a paternidade. A decisão corre em segredo de Justiça e ainda cabe recurso.
Já a defesa de Rosemary de Morais preferiu não comentar o teor da decisão. Um dos advogados disse apenas que se trata de um processo sigiloso e, por isso, não falaria sobre o assunto. O TJ também não comentou o assunto.
Procurada, Rosemary que vive em Caratinga, na Região do Vale do Rio Doce, disse que fica feliz com a decisão, mas gostaria que tudo tivesse sido resolvido antes, quando Alencar ainda estava vivo. “ Eu considero uma vitória para meus advogados. Eu queria resolver sem precisar chegar nisso. Agora está neutro pra mim”, disse. Ela nega que a motivação seja financeira e reclamou de nunca ter sido procurada pela família. Nunca soube o que eles pensam. Nunca tive a oportunidade de saber”, lamentou.
O ex-vice-presidente José Alencar morreu aos 79 anos, no dia 29 de março de 2011, em decorrência de câncer e falência de múltiplos órgãos. Desde 1997, Alencar lutava contra a doença que se iniciou no rim e depois se espalhou para outros locais do corpo, como a próstata e o abdôme. O ex-vice-presidente passou por mais de 15 cirurgias durante o tratamento, sendo que a mais complexa delas, em 2009, demorou 17 horas. Desde o final de 2010 o estado de saúde de Alencar se agravou, provocando uma rotina de internações constantes e interrupções no tratamento quimioterápico que ele fazia há vários anos. Mesmo com um estado de saúde debilitado, Alencar manteve o bom humor em seus últimos meses de vida.