As exonerações na Prefeitura Municipal de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, continuam. Desde que reassumiu o comando da cidade, depois de quase dois meses de licença para tratamento de saúde, o prefeito Carlaile Pedrosa (PSDB) já exonerou 11 servidores, todos ligados diretamente ao grupo político empresarial que apoia o vice-prefeito Waldir Teixeira (PV), com quem o tucano está rompido. Novas demissões ainda são aguardadas. Ontem, foi exonerado o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Ednard Barbosa de Almeida, homem de confiança de Teixeira e que chefiava seu gabinete quando ele era vereador na legislatura passada. No lugar dele entrou Luciano Flório da Silveira, servidor do governo do estado e técnico na questão ambiental, indicado por Cleide Pedrosa, irmã do prefeito.
Também perdeu poder Gilmar Lembi Mascarenhas, que comandava as secretarias de Assistência Social e de Finanças, Planejamento e Gestão. Ele responde agora somente pela pasta do Planejamento. A demissão de Lembi da pasta de Planejamento era tida como certa, pois ele era um dos mais poderosos secretários ligados ao grupo do vice-prefeito.
No mesmo dia em que reassumiu o mandato, Carlaile exonerou, de uma só vez, o secretário da Fazenda Guilherme Cassalade, o auditor do município Robespierre Miconi – todos nomeados pelo vice-prefeito durante a licença de Carlaile –, o procurador-geral Lucas Neves e seu adjunto, Bruno Cepício, o presidente da Fundação de Artes de Betim (Funarbe), Osvander Valadão, que ocupava interinamente, por indicação de Teixeira, o cargo de chefe de gabinete da prefeitura. Além das exonerações, o prefeito convocou a Guarda Municipal para impedir que documentos e papéis da administração fossem levados das pastas onde ocorreram as demissões.
Além dessas demissões no primeiro escalão, Carlaile demitiu ainda, nas vésperas do carnaval, quatro pessoas que participaram ativamente dos seus dois primeiros governos, entre 2001 e 2008, todas ligadas diretamente a Osvander, que também preside o PV de Betim. Adriana Assis Marques, Fabiana Nunes Maciel, Sergio Ricardo Sielber e Bruno Braga trabalhavam na Funarbe e eram servidores de confiança de Osvander. Adriana era sua secretária particular. Todos exerciam cargos comissionados.
Um dos motivos do rompimento entre prefeito e vice foi a forma como o governo vinha sendo conduzido por Waldir Teixeira. Durante sua curta interinidade, o vice fez mudanças no primeiro escalão, baixou um pacote de medidas na área financeira, cancelou contratos e revogou decisões tomadas por Carlaile, além de extinguir o Instituto de Políticas Públicas Urbanas, que era presidido por Cleide Pedrosa.
Por meio de uma nota, o prefeito informou que todas medidas adotadas durante o período de licença médica do prefeito que visem benefícios ao município serão mantidas. De acordo com o prefeito, as auditorias iniciadas pelo vice serão finalizadas e as medidas de economia, mantidas. As demais ações implantadas na administração pública estão sendo analisadas e, após a apuração de todas as informações, o governo vai se pronunciar oficialmente..