Jornal Estado de Minas

Secretário-adjunto de Planejamento Urbano é exonerado, mas não deixa os quadros da PBH

Marcello Faulhaber foi nomeado diretor de negócios da empresa pública PBH Ativos S/A

Alice Maciel Leonardo Augusto
Depois de ter se envolvido em um caso de polícia e ser rejeitado por parte dos movimentos sociais, o secretário-adjunto de Planejamento Urbano da Prefeitura de Belo Horizonte, Marcello Faulhaber, foi exonerado do cargo.
Vai assumir o lugar dele Leonardo Amaral Castro, braço direito do secretário de Governo, Josué Valadão. Faulhaber, no entanto, não deixou os quadros da prefeitura. Ele foi nomeado diretor de negócios da empresa pública PBH Ativos S/A. A demissão, segundo publicação de sexta-feira no Diário Oficial do Município(DOM), ocorreu a pedido, mas aliados do prefeito Marcio Lacerda (PSB) afirmam que ele foi colocado “na geladeira” devido ao desgaste do seu nome.

Em novembro, Faulhaber se desentendeu com manifestantes durante reunião do Conselho Municipal de Política Urbana (Compur) para discutir o projeto Nova BH, que permite o adensamento em uma área de 25 quilômetros quadrados do município ao longo das avenidas Antônio Carlos e Pedro I e Corredor Leste-Oeste (avenidas dos Andradas, Tereza Cristina e Via Expressa). Ele chegou a fazer um gesto obsceno para a arquiteta Fernanda Maia, que acompanhava o encontro. A polícia foi acionada e ela registrou um boletim de ocorrência.
Essa não foi a única vez que o secretário entrou em atrito com manifestantes. Durante audiência pública para discutir a construção de uma nova sede da prefeitura no Bairro Lagoinha, na Região Noroeste, Faulhaber teria dito que as pessoas que participam desse tipo de reunião são as que perderam as eleições.

As atitudes dele teriam motivado sua exoneração da Secretaria Adjunta de Planejamento Urbano. Agora, como diretor de negócios, Faulhaber não vai ter contato direto com a sociedade. Sua função, que foi criada pelo decreto de número 15.385, de 14 de novembro, será a de assessorar o diretor-presidente da PBH Ativos S/A nas relações institucionais com os agentes públicos e privados que mantêm convênios, contratos e parceiras com a empresa; acompanhar a elaboração, operacionalização e execução dos contratos de parceiras público-privadas que estiverem sob a gestão da empresa; e auxiliar na gestão patrimonial da PBH Ativos, inclusive no que toca à locação e alienação de imóveis.

Na prática, Faulhaber vai auxiliar na gestão dos 55 terrenos da prefeitura transferidos à PBH Ativos S/A, com autorização da Câmara Municipal em dezembro. A estimativa é de que o valor mínimo dos lotes seja de R$ 154.956.670,56. A companhia pode vender os terrenos, colocá-los como garantia de empréstimos ou de parcerias público-privadas..