A estratégia da presidente Dilma Rousseff (PT) de receber o vice-presidente Michel Temer, hoje, para discutir a crise com o PMDB, desagradou os deputados insatisfeitos. Em vez de ser entendida como um sinal de interesse em resolver a relação, a reunião foi vista como um enfrentamento à bancada peemedebista na Câmara dos Deputados. Isso porque, mesmo que ela também receba o presidente em exercício do partido, Valdir Raupp (RO), e os presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves (RN) e Renan Calheiros (AL), os deputados reclamam que os interlocutores da Casa onde há conflito ficaram de fora. A tentativa de isolar o líder do partido na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), — que trocou farpas com o presidente do PT, Rui Falcão, no carnaval — gerou uma rebelião de peemedebistas nas redes sociais ontem. O próprio líder continuou a protagonizar a crise. “Achar que vão me isolar é um erro de avaliação de quem não tem noção do problema real. Apenas verbalizo o que escuto da bancada”, reagiu.
A posição de Cunha reforça o atrito entre o governo e a base aliada, intensificada nos últimos meses. A extensa lista de reclamações tem como ponto alto a demora da presidente em decidir o posicionamento do governo em relação aos palanques estaduais, atrelados à reforma ministerial. A ideia da presidente era decidir como acomodar os partidos na Esplanada até o fim do carnaval. A troca no comando das pastas, no entanto, ainda é incerta. O recuo da presidente na decisão de dar mais um ministério ao PMDB no início do ano e a incerteza sobre o destino dos cargos adicionaram mais lenha à fogueira. Para piorar, o Planalto sugeriu o nome do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para o Ministério da Integração, enquanto o indicado do partido era o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). A sugestão soou como uma afronta, pois tiraria Eunício da disputa pelo governo do Ceará e beneficiaria outro aliado do governo. Em outros momentos, foi proposto o nome de Vital para a vaga de um ministério comandado por um peemedebista da Câmara.
Os excluídos Em outra frente, o PMDB na Câmara reclama da dificuldade de se relacionar com o Planalto. Para o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE), o problema não é a divisão de cargos. “Falta diálogo. Queremos respeito, queremos participar da elaboração de políticas públicas, da execução”, resumiu. Fortes ressalta que, neste momento, o futuro do processo eleitoral é ainda mais importante. “É preciso ter uma posição política definida. Não podemos ser coadjuvantes, nosso papel é ser protagonista do projeto”, emendou. Segundo ele, a decisão de discutir essa insatisfação sem a presença dos líderes é imatura. “Se os problemas são com a Câmara e com o Senado, porque não chamar os líderes? Se são as composições estaduais, porque não chamar os diretórios? Sem ouvir os responsáveis pelas áreas não adianta. Parece que o PT perdeu no escuro e foi procurar no claro porque era mais fácil”, criticou.
Em uma rede social, o líder do partido na Câmara ressaltou que a quantidade de insatisfeitos é grande. “Com certeza é mais do que a metade. Sei o que cada um pensa”, pontuou. O deputado Osmar Terra (RS) ratificou com uma resposta também pela internet: “Com certeza”. Para o deputado Sandro Mabel (GO), o melhor seria rachar a aliança. “O PMDB é um partido grande e coerente, que acredita que política é honrar compromissos. É impossível fazermos uma aliança com um partido que agora volta a desprezar essas premissas”, alfinetou. Para contornar os entraves da aliança, alguns peemedebistas defendem o adiamento da convenção para abril, para liberar a possibilidade de fazer coligações.
A posição de Cunha reforça o atrito entre o governo e a base aliada, intensificada nos últimos meses. A extensa lista de reclamações tem como ponto alto a demora da presidente em decidir o posicionamento do governo em relação aos palanques estaduais, atrelados à reforma ministerial. A ideia da presidente era decidir como acomodar os partidos na Esplanada até o fim do carnaval. A troca no comando das pastas, no entanto, ainda é incerta. O recuo da presidente na decisão de dar mais um ministério ao PMDB no início do ano e a incerteza sobre o destino dos cargos adicionaram mais lenha à fogueira. Para piorar, o Planalto sugeriu o nome do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) para o Ministério da Integração, enquanto o indicado do partido era o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). A sugestão soou como uma afronta, pois tiraria Eunício da disputa pelo governo do Ceará e beneficiaria outro aliado do governo. Em outros momentos, foi proposto o nome de Vital para a vaga de um ministério comandado por um peemedebista da Câmara.
Os excluídos Em outra frente, o PMDB na Câmara reclama da dificuldade de se relacionar com o Planalto. Para o deputado Danilo Fortes (PMDB-CE), o problema não é a divisão de cargos. “Falta diálogo. Queremos respeito, queremos participar da elaboração de políticas públicas, da execução”, resumiu. Fortes ressalta que, neste momento, o futuro do processo eleitoral é ainda mais importante. “É preciso ter uma posição política definida. Não podemos ser coadjuvantes, nosso papel é ser protagonista do projeto”, emendou. Segundo ele, a decisão de discutir essa insatisfação sem a presença dos líderes é imatura. “Se os problemas são com a Câmara e com o Senado, porque não chamar os líderes? Se são as composições estaduais, porque não chamar os diretórios? Sem ouvir os responsáveis pelas áreas não adianta. Parece que o PT perdeu no escuro e foi procurar no claro porque era mais fácil”, criticou.
Em uma rede social, o líder do partido na Câmara ressaltou que a quantidade de insatisfeitos é grande. “Com certeza é mais do que a metade. Sei o que cada um pensa”, pontuou. O deputado Osmar Terra (RS) ratificou com uma resposta também pela internet: “Com certeza”. Para o deputado Sandro Mabel (GO), o melhor seria rachar a aliança. “O PMDB é um partido grande e coerente, que acredita que política é honrar compromissos. É impossível fazermos uma aliança com um partido que agora volta a desprezar essas premissas”, alfinetou. Para contornar os entraves da aliança, alguns peemedebistas defendem o adiamento da convenção para abril, para liberar a possibilidade de fazer coligações.