Indagado se o PSB está preparado para assumir a agenda de sustentabilidade pregada por Marina Silva, Eduardo Campos disse: "Está preparado sim, descobrimos isso desde primeiro momento da aliança. Quando fizemos debate das diretrizes, deixamos claro que este era um compromisso central do nosso programa. Importante que o programa e o governo sejam formados por pessoas que carregam historicamente esses compromissos." Para o governador de Pernambuco, o PSB vem de uma tradição do campo democrático, do socialismo, olhando para o desenvolvimento dos mais necessitados. "Agora encontramos uma militância que está se aproximando com uma releitura do socialismo, que é a questão da sustentabilidade. E esse encontro vai se efetivando em vários quadros do PSB, eu mesmo tive essa possibilidade quando fui ministro (do governo Lula)."
Campos destacou que a união com Marina fez que com seu partido incorporasse uma pauta programática neste setor.
Risco energético.
Sobre os problemas recentes na área de energia, Marina Silva teceu críticas à gestão do governo Dilma Rousseff. "É preciso que o planejamento energético não seja feito entre quatro paredes. Vivemos numa sociedade democrática, com vários setores que podem dar a sua contribuição", disse. "Uma das grandes questões é como suprir o País de energia a partir de uma matriz limpa e diversificada. É preciso fazer o debate também da conservação de energia, que não tem nada a ver com o racionamento, que é emergência quando não se faz o dever de casa", afirmou. Para Marina, a combinação de várias fontes alternativas, como a eólica e a solar, pode suprir o País de energia e evitar "este vexame que temos aí".
A ex-senadora disse que, desde 2002, o Conselho Nacional de Política Energética não tem um representante da sociedade civil indicado pelo governo. "Fernando Henrique (ex-presidente tucano) saiu e deixou essa conquista para a sociedade civil e até hoje este representante não foi convidado.".