Na guerra e na política, a fragilidade de um é ponto forte para o outro. E o governador Eduardo Campos (PSB) conhece bem essa estratégia. Nessa terça-feira, em visita a três municípios de Pernambuco, ele aproveitou para se apresentar como uma liderança capaz de estancar a desaceleração da indústria brasileira - um dos pontos mais criticados por empresários brasileiros. Citou exemplos do crescimento do polo industrial em Pernambuco, que hoje representa 22% do PIB estadual, e disse que o Brasil poderia passar pelo mesmo processo de expansão. Lembrou que, em 2013, a contribuição da indústria para a riqueza do país foi aquém do que deveria, voltando ao mesmo índice do início do governo de Juscelino Kubitschek, de 13,5%, como na década de 1950.
A agenda de Eduardo Campos é pensada com antecedência por ele e seus assessores, mas coincide com um momento delicado para a presidente Dilma Rousseff (PT).
Políticos e empresários estão procurando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele se candidate novamente, em virtude da estagnação da economia, e Eduardo entende que pode ocupar esse vazio. Até porque o governador não acredita que o ex-presidente possa voltar a ser candidato à Presidência para não dar atestado de que o governo de sua sucessora não deu certo.
"Estamos inaugurando (hoje) três indústrias que foram fruto do trabalho e da obstinação", afirmou, referindo-se às novas linhas de produção da Ambev, em Itapissuma, a fábrica WHB, em Glória do Goitá, e a fábrica Milet, em Limoeiro, todas em regiões diferentes do interior do estado. "O Brasil vive um processo de desindustrialização que deve preocupar todos os brasileiros, e nós precisamos das indústrias porque elas é que dão emprego de maior qualidade na economia globa".
Em todas as ocasiões, o governador se esforçou para passar o ambiente de confiança construído em Pernambuco para as indústrias, segundo ele, com base na unidade, regras claras e prazos para serem cumpridos.
Pouco antes de o governador discursar e dar entrevista nas instalações da WHB, que vai gerar 2,5 mil empregos em Glória de Goitá até 2017, o presidente desta unidade fabril, Teodoro Hübner Filho, defendeu a candidatura de Eduardo para o Palácio do Planalto. "Senhor Eduardo, nós precisamos do senhor lá, no Planalto, porque o nosso país vai crescer mais que cresceu, e com um pouco mais de ordem", afirmou, sendo aplaudido pelos funcionários presentes. Além das visitas nas três fábricas, Eduardo cumpriu outras três agendas administrativas no interior.
As receitas de Eduardo
Incentivos fiscais diferenciados
O governador Eduardo Campos (PSB) enfatiza que mudou a política de incentivos fiscais no estado. Segundo ele, a cobrança de tributos em Pernambuco era a mesma para empresas que se instalavam em Suape - perto do porto - e para as que se instalassem em em municípios mais pobres do estado. Agora, os incentivos são diferenciados para todas as regiões
Aproveitar condições favoráveis
Eduardo Campos reconhece o esforço do governo federal, especialmente o de Lula, para recuperar a industria naval brasileira, mas
ressalta o papel do governo pernambucano nessa área, lembrando que, de três estaleiros construídos no Brasil, dois vieram para Pernambuco
Parceria entre estado e empresas privadas
Entre várias empresas que se instalaram no estado - há R$ 50 bilhões de investimentos em andamento somente em Suape, o governador Eduardo Campos ressalta a vinda da Fiat para Pernambuco. Ele ressalta que seu governo embalou a indústria naval e automobilística, os polos vidreiro, farmacoquímico e têxtil, além de alimentos e bebidas
Crescimento do PIB pernambucano
Em 2013, a contribuição da indústria em todo país para o PIB brasileiro foi de 13,5%, segundo Eduardo Campos. Já em Pernambuco, a indústria contribuiu com 22% para o PIB estadual (8,5% a mais).
O governador Eduardo Campos (PSB) enfatiza que mudou a política de incentivos fiscais no estado. Segundo ele, a cobrança de tributos em Pernambuco era a mesma para empresas que se instalavam em Suape - perto do porto - e para as que se instalassem em em municípios mais pobres do estado. Agora, os incentivos são diferenciados para todas as regiões.