O clima esquentou nessa quarta-feira na Assembleia Legislativa e não foi por nenhuma discussão entre oposição e base por causa de projeto de lei em tramitação no plenário. Um verdadeiro barraco no gabinete do deputado estadual Cabo Júlio (PMDB) na hora do almoço deixou os funcionários espantados no corredor do segundo andar do Palácio da Inconfidência, tanto que a polícia legislativa chegou a ser acionada para apartar a briga. O caso será analisado pela Mesa Diretora da Casa.
Segundo testemunhas, a briga teria sido entre Cabo Júlio e o filho Bruno Júlio, que, apesar de não ser oficialmente lotado na Assembleia, trabalha no gabinete do pai. Pessoas que estavam no local na hora da discussão disseram ter ouvido sons de vidros e objetos quebrando e gritos. Durante o conflito com o parlamentar, o outro envolvido dizia “faço tudo neste gabinete e não sou reconhecido”. Ainda segundo funcionários do Legislativo, apesar da fala tratar de serviço, parecia uma “briga familiar” e o deputado teria dado um pontapé. No plenário, a história de atrito entre pai e filho também foi comentada entre deputados.
Bruno Júlio nega que tenha sido agredido pelo pai.
Segundo o gerente geral da polícia legislativa, Luiz Fernando de Souza Cruz, a guarda interna foi acionada por funcionários na hora do ocorrido, mas não foi registrada ocorrência. “O pessoal chegou e constatou que o problema era interno e no gabinete a gente não entra”, afirmou. Questionado se havia imagens da confusão, ele afirmou que as câmeras só registram o que ocorre no corredor.
O primeiro secretário da Mesa, deputado Dilzon Melo (PTB), disse ter determinado à polícia legislativa o acompanhamento e a produção de um relatório sobre o ocorrido. “O comentário é que houve um incidente, mas temos que ver qual foi a extensão dele. Se foi só um bate-boca ou que gravidade teve a situação”, afirmou. Questionado se haveria quebra de decoro, o parlamentar afirmou que o regimento da Casa é claro e conhecido por todos.
Dilzon disse que é preciso se aprofundar na análise para saber se as sanções estão previstas apenas nas áreas comuns do Legislativo ou se também se enquadram os atos dentro dos gabinetes. Cabo Júlio já se envolveu em outro conflito em março de 2011, quando era vereador de Belo Horizonte, mas escapou de uma investigação naquela Casa. Ele foi parar na delegacia de mulheres acusado de agressão pela ex-mulher Márcia Chamone. Ela alega que teria chegado de surpresa na antiga casa que vivia com ele e o encontrou com a nova namorada, quando ele a teria agredido. Ele alegou que foi Márcia quem bateu nele e mostrou escoriações. A promotoria de Justiça de Defesa da Mulher pediu medidas protetivas para ela. .