Brasília – Provável adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições de outubro, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) admitiu nessa quarta-feira que mira o apoio de parte do PMDB à sua candidatura em meio à crise que atinge a relação do PT com os peemedebistas.
Aécio disse que não busca "cooptar" o PMDB para a sua candidatura à Presidência, mas recebe "sinais" de peemedebistas que desejam desembarcar do projeto de reeleição de Dilma. O PMDB do Rio de Janeiro, por exemplo, cogita apoiar o tucano, liderado pelo governador Sérgio Cabral, que é amigo de Aécio. "Esse governo paga o preço de sua arrogância casada com sua ineficiência", disse o senador.
O tucano se manifestou publicamente pela primeira vez sobre a crise PT-PMDB que impôs derrotas a Dilma no Congresso e ameaça o apoio do principal aliado da presidente à sua candidatura. Segundo o senador, a crise é consequência da postura de um governo que não deseja manter aliados, mas "vassalos". Aécio disse que, ao oferecer cargos no primeiro escalão ao PMDB e liberar emendas para agradar o aliado, Dilma se desvincula cada vez mais do "PMDB histórico".
"Todo esse esforço do governo às custas de cargos públicos e dinheiro público, especialmente através de emendas para manter o PMDB na base, pode ter um ganho para o governo que são alguns minutos a mais de tempo de televisão.
Copa
Aécio também criticou a decisão de Dilma e do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de não discursarem na abertura da Copa do Mundo temendo represálias populares, como vaias. "Na verdade, existem dois Brasis. O Brasil virtual, da propaganda oficial onde distribuem-se fotografias com sorrisos da presidente e do ex-presidente, e o Brasil real, em que a presidente da República foge do povo, como fugiu do carnaval, e pretende aparecer camuflada nos jogos da Copa do Mundo. Esses dois Brasis vão ser colocados frente a frente na campanha eleitoral", afirmou.
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