Brasília – Os ministros Jorge Hage, da Controladoria Geral da União (CGU), e Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência, afirmaram nessa quarta-feira ter recebido com tranquilidade a convocação do Congresso para prestar esclarecimentos sobre supostas irregularidades em convênios com organizações não governamentais (ONGs). O ministro do Trabalho, Manoel Dias, também foi chamado. A convocação foi feita um dia depois de o governo ser derrotado pelos parlamentares rebeldes da base aliada, que, capitaneados pelo PMDB, abriram uma investigação sobre a Petrobras. Para Carvalho, a tensão entre o Executivo e o Legislativo não pode ser vista como “o fim do mundo”.
Ao lado de Carvalho, participando justamente de um seminário sobre entidades sociais, Jorge Hage também relevou a convocação: “Recebi com absoluta naturalidade. Não é a primeira vez e seguramente não será a última”. Tanto Hage quanto Carvalho defenderam a parceria do governo federal com as entidades sociais durante o seminário “Imprensa e Organizações da Sociedade Civil”. Eles defenderam agilidade na aprovação do novo marco regulatório para o setor e afirmaram que, por causa de entidades que cometem irregularidades, as demais acabam sendo criminalizadas. Carvalho afirmou que, em seu depoimento na Câmara, deve pedir pressa aos parlamentares para a votação da lei que estabelece o novo marco regulatório. Dirigentes de entidades sociais também cobraram a implantação das regras.
Hage considerou “desnecessária” a criação de uma comissão externa da Câmara para apurar possíveis irregularidades em contratos da Petrobras. Ele disse não saber o que a comissão poderá acrescentar às investigações em curso, “até porque ela não tem os poderes de uma CPI”. Segundo Hage, a Controladoria, por meio do Ministério da Justiça, acionou o Ministério Público e os governos da Holanda e dos Estados Unidos para buscar cooperação internacional.
Já Carvalho disse que preferia não falar sobre a tensão entre PT e PMDB, que culminou com a aprovação da comissão externa de investigação da estatal. Mas minimizou a crise dizendo que não seria possível dizer que estranhou a ação sobre a Petrobras porque também foi convocado a depor: “No Parlamento, são normais as convocações.”