Jornal Estado de Minas

Dirceu e Delúbio Soares receberam visitas fora dos dias permitidos, aponta relatório

Namorada e filha foram visitar o ex-ministro fora dos dias determinados

Ana D'angelo
José Dirceu recebeu visita da namorada e da filha fora do dia permitido - Foto: Edilson Rodrigues/CB/D.A Press - 26/11/13
Brasília
– O ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares receberam visitas fora dos dias permitidos, mesmo após a ordem da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal proibindo a visitação especial aos presos do processo do mensalão, que vinha sendo autorizada pela Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe). Conforme relatório encaminhado pelo governo do DF ao juiz substituto Bruno André Ribeiro Silva, Dirceu recebeu a namorada Simone Tristão Pereira às 14h de 6 de dezembro, uma sexta-feira, dia em que já estava vigorando a ordem judicial, proferida na noite do dia 5. Na terça, dia 10, uma das filhas do ex-ministro entrou no Complexo da Papuda, às 14h, para vê-lo.

Os dias de visita permitidos para a população carcerária são às quartas e quintas-feiras. Alguns presos em condição de risco, como policiais, ou doentes, conseguem autorização para serem visitados em outros dias da semana. Já o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares recebeu dois irmãos — Carlos Rubens Soares e Carlos Antonio Soares — em 23 dezembro, uma segunda-feira. Naquela semana, os dias para os visitantes comparecerem ao presídio foram transferidos para quinta e sexta, já que o Natal caiu na quarta.

A namorada do ex-empresário Marcos Valério também o visitou em dia não permitido, após a decisão judicial. Foi em 17 de dezembro, por volta do meio-dia.
Procurada, a Sesipe não se manifestou. No relatório de entrada dos visitantes aos presos da Ação Penal 470 que foi entregue à VEP e está sendo analisado pela Promotoria de Execução Penal do Ministério Público do DF, não constam as autoridades e parlamentares, conforme requisitado pela VEP.

O governo do Distrito Federal encaminhou à Justiça resposta aos questionamentos feitos pelo juiz Bruno Ribeiro a respeito das supostas regalias concedidas aos condenados do mensalão e as condições dos presídios do DF e cópia do ofício enviado ao juiz à Presidência do TJDF, em que registra a necessidade de apuração da conduta do magistrado. Além de mandar ofício diretamente ao governador para que respondesse no prazo de 48 horas aos questionamentos, o juiz determinou o cancelamento de uma circular interna da Sesipe, alegando que a obediência a ela pode configurar crime. O caso ainda está em análise pela cúpula da Corte..