Realizada no dia 9 de fevereiro, a prova de “Realidade étnica, social, histórica, geográfica, cultural, política e econômica do Estado de Goiás” afirmava na questão 1 que “em Goiás, a formação política dos candidatos foi transformada em 1999”, em referência à primeira eleição do tucano como governador - ele está no terceiro mandato e tentará a reeleição. A pergunta ainda pede que o candidato identifique o partido de Perillo.
A terceira questão, por sua vez, cita “um dos maiores escândalos políticos do governo do então presidente Luís (sic) Inácio Lula da Silva e que abalou toda a confiança no seu mandato”, em referência ao mensalão.
Responsável por elaborar as questões e aplicar o exame, a PM de Goiás, corporação subordinada ao governador, informou que já anulou as duas perguntas e que abriu uma sindicância para apurar o episódio.
De acordo com a polícia, a prova foi elaborada por uma “comissão multiprofissional”.
'Província'
“É mais um dos absurdos praticados nessa província”, afirma o promotor de Justiça Fernando Krebs. Ele lembra que já foram identificados vários problemas em provas de concursos públicos no Estado, mas esta é a primeira envolvendo promoção política. Além do inquérito civil, o Ministério Público vai encaminhar o caso para a Procuradoria Regional Eleitoral avaliar se houve crime eleitoral.
Parlamentares da oposição na Assembleia Legislativa também vão pedir a anulação do concurso. “Esse episódio demonstra claramente que o Simve é uma iniciativa politiqueira”, disse o deputado estadual Major Antônio (PRB). Ele vai pedir a anulação do concurso com o deputado estadual Mauro Rubem (PT).
A assessoria de imprensa de Perillo não foi localizada na quarta-feira, 12, para comentar o caso. Na época em que o mensalão foi denunciado, em 2005, o tucano chegou a dizer que havia alertado Lula sobre a existência do esquema. .