O governador e pré-candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), criticou duramente, nessa quarta-feira, o programa Mais Médicos do governo federal, um dos carros-chefes do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Para o socialista, do jeito que está, o programa “pode ser interpretado como uma coisa mais para fazer marketing que para trazer saúde ao povo”.
A análise foi feita após a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Córrego do Jenipapo, no Recife. “Acho que o Mais Médicos tem que ser transformado em mais saúde, porque é muito mais complexo fazer políticas de saúde do que contratar profissionais”, ressaltou.
Eduardo apontou as Upinhas 24h como modelo do que o PSB poderá apresentar para o Brasil durante a campanha. “Acho que o que está sendo feito no estado e no Recife deve ser visto como uma experiência a ser adaptada, ser verificada para um dos problemas centrais hoje na pauta brasileira”.
À noite, ao participar das comemorações de 477 anos do Recife, o governador disse que a convocação de dez ministros do governo Dilma pelo Congresso Nacional é um sinal de falta de diálogo com a base. Ele lembrou que, na época em que foi ministro da Ciência e Tecnologia do governo Lula, prestava esclarecimentos aos parlamentares sem passar por pressão. “A nossa postura (do PSB) será de equilíbrio. Se tem um ministro que se dispõe a ir, não precisa ser convocado. Mas se tem um ministro que desdenha do Parlamento, esse deve ser convocado e vai ter, com certeza, o voto da nossa bancada”, afirmou.
Protesto
Eduardo chegou à festa de aniversário no Bairro do Recife acompanhado de Geraldo Julio e do pré-candidato do PSB ao governo do estado, Paulo Câmara.
Embora o protesto fosse direcionado à prefeitura, Eduardo desceu para falar com os manifestantes. “Eu já fiz muito isso que vocês estão fazendo. Vamos com calma”, pediu, dizendo também concordar com a preservação do patrimônio histórico da capital. Alguns que ouviram o governador abriram sorrisos quando ele começou a argumentar, outros criticaram. “Uma cidade é feita de memória e história e precisa de um plano de preservação”, declarou a engenheira civil Edneia Alcântara..