(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Tornozeleira em políticos teve estreia em Minas


postado em 16/03/2014 00:12 / atualizado em 16/03/2014 07:34

Fora das grades, mas monitorados por meio de tornozeleira eletrônica. Essa é uma das medidas restritivas que vêm sendo aplicadas a prefeitos e ex-prefeitos, geralmente na fase de instrução do processo, quando há tentativa de cercear a apuração dos fatos. Quem “lançou a moda” foi o ex-prefeito de Coração de Jesus, no Norte de Minas, Antonio Faria Cordeiro (PSDC), primeiro chefe de Executivo do Brasil a ser monitorado por meio desse instrumento. Em 2012, quando ainda era prefeito, Toninho Cordeiro, como é conhecido pelos amigos, ou Toninho Tornezeleira, pelos adversários, foi obrigado a usar o adereço por causa de acusações de tentar subornar e coagir testemunhas de um processo em que é acusado de desvios de recursos públicos durante sua gestão.

A reportagem do Estado de Minas esteve em Coração de Jesus. Moradores disseram que o ex-prefeito costuma ser visto durante o dia se dirigindo para a cerâmica de propriedade de sua família. A equipe do EM esteve na empresa, mas uma atendente alegou que fazia “algum tempo” que não via Toninho Cordeiro no local. O advogado do ex-prefeito, Otávio Rocha, disse que seu cliente “não quer falar com a imprensa até o trânsito em julgado do processo”.

Em Coração de Jesus – município de 26,3 mil habitantes, a 475 quilômetros de Belo Horizonte –, o hospital está fechado e várias obras estão paradas, como a pavimentação de ruas e a construção de praças e pontes. No Bairro Diamante Dois, a construção de uma creche foi suspensa enquanto as mães reclamam de um local para deixar os filhos quando saem para o trabalho. A atual administração do município alega que as obras foram interrompidas desde a gestão anterior por causa de denúncias de irregularidades em convênio. “Infelizmente, é o povo quem paga o preço da corrupção. A comunidade ficou à mercê da miséria e do descaso”, disse o vereador José Pereira Neto (PMDB), o Jucão, que também cobra alguma solução por parte da atual gestão. O advogado Otávio Rocha disse que a culpa da interrupção das obras não é do ex-prefeito. “As obras foram deixadas para a atual administração, que deve ter competência para terminá-las”, disse ele.

Liberados

Em Campo Alegre, Alagoas, o ex-prefeito José Maurício Tenório (PTB), que responde por diversos crimes – entre eles fraude em licitação, apropriação de bens públicos, falsidade ideológica e formação de quadrilha –, chegou a usar a tornozeleira por apenas um mês. Ele foi preso em março do ano passado e ficou com o equipamento até abril, quando conseguiu uma liminar liberando-o de usá-la.

No mesmo estado, o ex-prefeito de Traipu Marcos Santos (PTB) também teve de usar o dispositivo depois de ter passado uma temporada preso por denúncias de corrupção, mas uma decisão de segunda instância também o liberou da tornozeleira. Marcos é acusado de desviar mais de R$ 8 milhões em verbas públicas e de ser sócio oculto de empresas fornecedoras da prefeitura. Ele chegou a ser preso cinco vezes em operações da Polícia Federal na região. Em uma das ações, o Ministério Público pede que ele seja condenado a 100 anos de prisão.

No Maranhão, em Paço do Lumiar, a ex-prefeita Bia Venâncio (PSD) usou tornozeleira por cerca de quatro meses. Ela estava sendo monitorada por causa da investigação de desvio de R$ 15 milhões de recursos destinados à educação e ao transporte escolar.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)