Um detento com seis anos no sistema prisional de Brasília por conta de assaltos cometidos no início dos anos 2000 é mais resignado. “Deve ser porque têm ensino superior e dinheiro. Esses sempre tiveram a vida mais fácil. Não tenho nem um nem outro”, afirma. Outros se mostram irritados com a diferença. “Na ala deles, são 50 pessoas. Na nossa, tem gente dormindo no chão, embaixo de cama, gente para todos os lados”, reclama. Um mais radical sugere: “Por que não misturam esses caras com a massa? Aí seria bom”. Tudo isso tem uma explicação óbvia para outro preso do semiaberto: “Eles são do governo, né? Alguém esperaria outra coisa?”.
A Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) não deu explicações em relação aos relatos dos detentos. O subsecretário Cláudio de Moura Magalhães enviou nota, por meio da assessoria de imprensa, na qual “informa que, por hora, não se pronunciará quanto aos internos da Ação Penal 470, tendo em vista a excessiva exposição dos mesmos frente aos veículos midiáticos”.