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Estado de Minas

Réu do mensalão é preso por lavagem de dinheiro em operação da PF

Vinte e quatro pessoas suspeitas de dar origem lícita a recursos do tráfico foram presas. Entre elas, está o doleiro Enivaldo Quadrado


postado em 18/03/2014 06:00 / atualizado em 18/03/2014 07:06

Policiais federais apreenderam R$ 5 milhões em dinheiro, 25 carros,alguns de luxo, joias, obras de arte e bloquearam três hotéis(foto: Beto Barata/folha de são paulo)
Policiais federais apreenderam R$ 5 milhões em dinheiro, 25 carros,alguns de luxo, joias, obras de arte e bloquearam três hotéis (foto: Beto Barata/folha de são paulo)

A Polícia Federal deflagrou nessa segunda-feira operação para desarticular quatro organizações criminosas comandadas por doleiros e acusadas de lavagem de dinheiro, envolvendo cifra superior a R$ 10 bilhões. Os valores movimentados, de acordo com os investigadores, têm origem ilícita, incluindo fraude de contratos públicos. Vinte e quatro pessoas foram presas, entre elas o condenado no processo do mensalão Enivaldo Quadrado, ex-sócio da corretora Bônus Banval.

Em Brasília, foi detido Carlos Habib Chater, dono de um dos maiores postos de gasolina na Região Central da Capital. A operação, batizada de Lava-jato, ocorreu em 17 cidades de seis estados –Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso – e do Distrito Federal. Foram apreendidos pelo menos R$ 5 milhões em espécie, 25 carros – avaliados em mais de R$ 100 mil cada –, joias, relógios, obras de arte, documentos e computadores. Três hotéis foram bloqueados.

Doleiros já conhecidos da polícia voltaram a ser alvo dos federais. É o caso de Carlos Habib Chater, investigado em outra operação e antigo aliado de Fayed Antoine Traboulsi, doleiro preso pela PF em setembro do ano passado sob acusação de participar de esquema de desvio de fundos de pensão municipais. Investigadores apontam, dessa vez, que Chater usa seu posto de gasolina e uma rede de lavanderias de roupas para “disfarçar” o dinheiro obtido com o câmbio paralelo de moedas estrangeiras.

Também volta à mira da PF o doleiro Alberto Youssef. Preso em um hotel no Bairro da Ponta D’Areia, em São Luís (MA), ele atua, principalmente, no Paraná e em São Paulo. Ele é dono de um dos hotéis bloqueados, o Blue Tree, em Londrina. Youssef já foi condenado pela Justiça em 2004, por crimes contra o sistema financeiro nacional. Ele foi acusado de sonegar mais de R$ 33 milhões à Receita Federal, entre 1996 e 1999. Todos os presos foram levados para Curitiba, onde serão ouvidos.

Operações

De acordo com o delegado Márcio Anselmo, que coordenou a operação, as quatro organizações criminosas atuavam de maneiras diferentes. “Uma era voltada para atuar em operações de exportação e importação; outro não tinha muito critério; outro lavava dinheiro de tráfico internacional de drogas; e o quarto operava apartir de desvios de dinheiro público”, disse Anselmo. Segundo ele, o primeiro foco da operação é desarticular os doleiros e, depois, serão investigados possíveis fraudes em contratos públicos.

Um dos presos na operação em Brasília foi André Luis Paula dos Santos. Em 13 de dezembro do ano passado, ele havia sido detido pela PF no aeroporto da capital federal, com US$ 280 mil, mais R$ 13,9 mil escondido nas meias. O dinheiro ficou retido com a polícia até que o operador de mercado Carlos Eduardo Lemos, conhecido como Dudu, reclamou ser dono da quantia.

Dudu, mais tarde, fora citado na Operação Miquéias, que desvendou uma quadrilha que desviava dinheiro de fundos de previdência municipais.De acordo com a PF, foi presa também uma doleira que se considerava a “dama” do mercado paralelo. Ela foi flagrada na sexta-feira, no Aeroporto de Guarulhos. Tentava embarcar com 200 mil euros para Europa.


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