O governador Antonio Anastasia (PSDB) anunciou nesta terça-feira que deixará o governo no próximo dia 4 de abril. Assumirá o governo de Minas o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP). Juntamente com a desincompatibilização de Anastasia, havia a expectativa que ele também anunciasse a pré-candidatura ao Senado. O governador disse que o assunto será tratado mais adiante, sem definir data. Por enquanto, o tucano afirma que vai se dedicar à campanha do senador Aécio Neves (PSDB), pré-candidato à Presidência da República.
Até o fim do mês passado, Anastasia era tido como certo para disputar uma cadeira no Senado. Em reunião com a bancada mineira no Congresso, no último dia 26, o governador chegou a admitir que iria se desincompatibilizar em abril e anunciaria oficialmente sua decisão de disputar a vaga no Legislativo assim que voltasse de uma viagem à China, fato que ocorreu na semana passada.
As mudanças no xadrez que envolvem a política mineira têm a ver com o PMDB. O partido é a 'noiva cobiçada' do PT e também dos tucanos no Estado. Até a rebelião protagonizada pelos peemedebistas na Câmara dos Deputados - insatisfeitos com a presidente Dilma em função de cargos no Ministério e liberação de verbas das emendas parlamentares-, o PMDB era tido como partido natural para se aliar ao PT na disputa eleitoral deste ano em Minas.
Lideranças do PMDB mineiro já anunciaram que vão à convenção do partido, em junho, para referendar a pré-candidatura do senador Clésio Andrade ao governo de Minas e, ainda, de Josué Gomes da Silva, filho do ex-presidente José Alencar, ou do ex-ministroe Hélio Costa. Ambos disputam a indicação ao Senado. Neste ano, só há uma vaga para a disputa das três cadeiras reservadas no Senado ao Estado.
Costela do PMDB
Nessa quarta-feira, o senador Aécio Neves anunciou que ofereceu ao PMDB a vaga na disputa pelo Senado na chapa do PSDB. Os tucanos já bateram o martelo na pré-candidatura de Pimenta da Veiga ao governo de Minas. Aécio disse recentemente que uma aliança com os peemedebistas seria natural, visto que “o PSDB saiu de uma costela do PMDB”, se referindo à dissidência ocorrida na década de 1980 nas hostes do PMDB para formação do Partido da Social Democracia Brasileira.
Se o arranjo eleitoral coordenado por Aécio propserar, Antonio Anastasia não disputaria nenhum cargo em outubro e atuaria como um dos coordenadores da campanha presidencial do senador. A possibilidade preocupa a direção nacional do PMDB, em especial o vice-presidente Michel Temer (PMDB), que espera reeditar a aliança eleitoral com o PT.
Secretariado
O futuro governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, informou que irá exonerar todos os atuais 19 secretários de Estado. O expediente costuma ser de praxe em mudanças de governo entre aliados com boa parte dos secretários com mandato parlamentar. Para disputarem a reeleiçao são obrigados a se desincompatibilizarem do cargo no Executivo. Coelho disse que irá fazer um governo de continuidade e que irá conversar com Anastasia para ajudá-lo a escolher o futuro secretariado.