Previsto inicialmente para ocorrer no final deste mês em São Paulo, o lançamento da candidatura presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG) será adiado e deverá ocorrer apenas depois da Semana Santa, na segunda quinzena de abril. De acordo com o presidente do partido em Minas, deputado Marcus Pestana, a estratégia é que o lançamento seja feito depois que a legenda apresente a sua propaganda partidária em rede nacional no rádio e TV, o que deve ocorrer entre os dias 8 e 15 de abril. "O mecanismo eficiente para comunicar com a população é a televisão. Então é para preparar o terreno para que o lançamento seja feito em outro patamar", afirmou.
"É preciso ter clareza. Você tem as articulações partidárias e os eventos que são importantes, mas o que move a opinião pública, que no frigir dos ovos é o mais importante, é a televisão. O índice de leitura dos jornais e revistas no Brasil é muito baixo e a internet tem um papel crescente, mas ainda periférico, o centro é a televisão", acrescentou o deputado mineiro. A primeira investida do PSDB junto aos eleitores será feita por meio dos comerciais com duração máxima de cinco minutos que serão divulgados em todo o país nos dias 8, 10, 12 e 15 de abril. No dia 17, será a vez da vinculação do programa de 10 minutos em horário nobre, entre às 20h30 e 20h40, em rede nacional de televisão.
Segundo Pestana, parte do programa, que já esta sendo produzido pela equipe de marketing, se dedicará à apresentação de Aécio e dos projetos realizados pelo senador quando comandou Minas Gerais. Os tucanos também deverão bater na tecla de que é preciso haver mudanças e que o atual modelo de gestão do país do PT está em fase de "esgotamento". "Precisamos falar para o pessoal do Norte, do Sul, do Centro-Oeste, do Nordeste, quem é o Aécio e o que o autoriza a propor uma mudança ao país. Ainda é uma etapa de pré-campanha onde a gente apresenta a necessidade de mudança, as diretrizes básicas, e o próprio presidente do partido", afirmou o tucano.
Alianças
Outro aspecto analisado pela cúpula do PSDB é a possibilidade da costura de partidos para formar a aliança nacional e também nos estados. "A orientação que o Aécio distribuiu foi a de que devemos nos concentrar nas alianças regionais e aproveitar essa confusão na base aliada do governo", afirmou o secretário-geral do PSDB, deputado Mendes Thame (SP).
Em Minas o PSDB tem cortejado o PMDB para compor a chapa. Na semana passada, o próprio Marcus Pestana se reuniu com a cúpula peemedebista para convidar oficialmente a legenda para se unir aos partidos que apoiam a candidatura de Pimenta da Veiga ao Palácio da Liberdade. O próprio Aécio chegou a oferecer a vaga para concorrer ao Senado para o PMDB mineiro, caso o casamento realmente aconteça.
Vice
O nome do vice para concorrer à Presidência com Aécio Neves também não foi definido ainda. De acordo com o vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman, o nome de Fernando Henrique Cardoso chegou a ser considero, mas o próprio ex-presidente disse que “não pretende concorrer a mais nada”. Diante disso, a possibilidade de uma chapa “puro sangue”, apenas com nomes tucanos, não foi descartada.
"Depende muito de um nome. É mais importante neste momento ter um nome expressivo do que decidir sobre a questão de um partido. Se o DEM tiver um nome que agregue e que provoque uma somatória, acho que vale a pena. Mas a possibilidade de chapa pura também existe e é forte, uma vez que a coligação não é muito ampla", afirmou.
Com Agência Estado