Dilma era ministra da Casa Civil do governo Lula e presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando deu voto favorável ao negócio. A presidente justificou, em nota, que se baseou no resumo que agora ela classifica de "falho" e "omisso".
A presidente afirmou, ainda, que o conselho não teria aprovado pontos do negócio se tivesse todas as informações sobre as cláusulas do contrato. Cerveró era o diretor da área internacional da Petrobras em 2006 e participou da reunião do Conselho de Administração quando fez uma explanação sobre Pasadena. Hoje, ele é diretor financeiro da BR Distribuidora. A reportagem apurou que Cerveró é apadrinhado do ex-ministro José Dirceu.
O líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), afirmou à reportagem que vai tentar furar o bloqueio governista com a ajuda do PMDB, em crise com o Planalto, para aprovar o convite nas comissões de Fiscalização e Controle e de Relações Exteriores.
"A Petrobras se transformou num grande aparelho do PT em negócios escusos que agora envolvem a presidente", afirmou o líder. "Se o governo não tomar cuidado, vem a CPI. Trata-se de mais uma prova do despreparo da presidente.
A oposição também irá requisitar à Petrobras cópia do resumo da área internacional que teria respaldado a votação do conselho a favor do negócio. A empresa mantém os documentos em sigilo e se recusa a comentar os fatos com a imprensa.
A refinaria de Pasadena foi comprada em duas etapas. Em 2006, já era considerada obsoleta quando o conselho presidido por Dilma avalizou a compra. Mais tarde, após uma disputa judicial, a Petrobras se viu "obrigada" a comprar a outra metade da refinaria, o que custou ao final US$ 1,2 bilhão..